Portugal já tem duas medalhas após o primeiro dia dos Europeus de ciclismo de pista
Portugal estreou-se nos Europeus de ciclismo de pista, que arrancaram hoje em Heusden-Zolder, na Bélgica, com a conquista de duas medalhas, a prata de Rui Oliveira na eliminação e o bronze de Maria Martins no scratch.
No espaço de poucos minutos, a bandeira nacional foi içada duas vezes no velódromo de Heusden-Zolder, onde o campeão olímpico de madison se sagrou, pela terceira vez, vice-campeão europeu de eliminação, depois de também ter sido prata em 2018 e 2023.
O gaiense de 28 anos foi batido no risco, por meros centímetros, pelo alemão Tim Torn Teutenberg, que já o havia derrotado na luta pelo ouro há dois anos. Em terceiro ficou o belga Jules Hesters.
"Já tinha feito pódio várias vezes na eliminação e percebi no aquecimento que estava bem, por isso vinha para lutar pela vitória e estava muito confiante", analisou, citado em comunicado da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC).
Rui Oliveira admitiu que esta foi das corridas mais difíceis que já fez, porque "o pelotão tinha ciclistas muito fortes, mas outros abaixo da média".
"A velocidade não era constante, o que nos obrigava a estar muito atentos. Foi muito difícil, mas fiz uma corrida perfeita taticamente. No final, fiz um sprint perfeito e pensei que ia ganhar, mas fui ultrapassado mesmo no fim. Fiquei um pouco desiludido, mas as medalhas mostram que sou um dos melhores do Mundo nesta disciplina e vou voltar para tentar o título", prometeu.
A quarta medalha continental de Rui Oliveira nesta prova -- foi bronze em 2017 -- coroou uma jornada curta mas bem-sucedida na cidade belga, onde Maria Martins estreou as cores portuguesas com um bronze no scratch.
Numa prova quase sempre feita em pelotão, à exceção de uma tentativa de fuga da francesa Melanie Dupin, a decisão das medalhas arrancou a duas voltas do fim e terminou ao sprint, com a italiana Martina Fidanza a superar a neerlandesa Lorena Wiebes, e Maria Martins a fechar o pódio.
"Sabia que era importante fazer um bom resultado, mas estava aberta a várias situações de corrida, tanto atacar como ir para o sprint. Tenho tido boas sensações ultimamente, mas é o início da época e temos sempre dúvidas sobre o nível das adversárias. Tentei levar uma corrida tranquila e ir percebendo qual seria a dinâmica", resumiu, em declarações à FPC.
'Tata' Martins, de 25 anos, explicou que a meio da prova tentou provocar "inconstância na corrida, mas ninguém estava interessado em atacar".
"No sprint final, escolhi uma boa roda e explorei ao máximo para sprintar no timing certo e estar na discussão da prova. Mais do que as medalhas, isto significa muito para mim, porque não estive no meu melhor recentemente e voltei a sentir-me competitiva", salientou a campeã europeia de scratch de 2023.
Esta é a segunda vez que a duas vezes olímpica alcança o bronze europeu no scratch, depois de ter subido ao lugar mais baixo do pódio também em 2019.
"Começar este Europeu com duas medalhas é fantástico e um grande orgulho. A Maria Martins e o Rui Oliveira fizeram corridas espetaculares, sempre muito atentos e a procurar o melhor resultado possível. Conseguimos chegar às medalhas e o Rui esteve muito próximo de sair daqui campeão europeu, foi por muito pouco", avaliou o selecionador nacional de pista.
Gabriel Mendes disse estar "extremamente"satisfeito com o trabalho de 'Tata' e Oliveira, assim como de toda a equipa, que volta à pista na quinta-feira, com Iúri Leitão a alinhar no quilómetro e na corrida por pontos e Martins na eliminação.
O Campeonato da Europa de pista decorre até domingo, em Heusden-Zolder.