CDS mantém porta aberta tanto à direita como à esquerda
No Palácio da Justiça, José Manuel Rodrigues apontou as quatro prioridades do partido para as Regionais de 23 de Março
O CDS/PP entregou esta segunda-feira, no último dia do prazo estipulado para o efeito, a lista de candidatos às eleições antecipadas decorrentes da queda do Governo Regional.
O CDS/PP Madeira entregou, no início da tarde desta segunda-feira, a lista do partido para as Eleições Regionais antecipadas de 23 de Março. Na ocasião, José Manuel Rodrigues fez questão de deixar claro que não fecha a porta a qualquer entendimento pós-eleitoral quer com a direita, nomeadamente o PSD/Madeira, quer com a esquerda, onde se colocam o PS e o JPP.
O cabeça-de-lista e presidente centrista fez questão destacar o “sentido de responsabilidade” que tem marcado a actuação do CDS/PP na gestão de ta crise política dos últimos meses, que colocou “os interesses da Madeira acima dos seus interesses particulares”.
Por outro lado, o candidato vincou a “incapacidade revelada pelo PSD em resolver os seus problemas judiciais e problemas internos” e “à irresponsabilidade dos partidos da oposição que rejeitaram o Orçamento e Plano e derrubaram o Governo Regional”, a quem atribui este terceiro acto eleitoral para o parlamento madeirense em menos de dois anos.
Aos jornalistas, José Manuel Rodrigues disse acreditar que a “mais-valia” do CDS passa pela actuação responsável, que deverá traduzir-se em votos nas urnas. “Um voto no CDS é um voto na responsabilidade, é um voto na confiança, é um voto na segurança, é um voto que gera esperança para a estabilidade e a governabilidade da Madeira”, frisou o candidato, que se fez acompanhar de outras figuras do partido que integram a candidatura, nomeadamente Sara Madalena e Luís Miguel Rosa, ou Gabriel Faria, que se seguem, por essa ordem, na lista hoje entregue. O histórico Ricardo Vieira, que também já foi líder do CDS/PP, também não faltou à chamada.
Na ocasião, o cabeça-de-lista, sem se alongar quanto ao que seria um bom resultado para o CDS, destacou os quatro principais compromissos assumidos pelos centristas nesta candidatura.
Logo à entrada colocam o “devolver o orgulho em ser madeirense”, já que a população tem “o orgulho ferido”, sendo, por isso, necessário “refazer o ser madeirense” e fazer com as pessoas sintam orgulho nos seus órgãos de governo próprio.
Como segundo objectivo apontou “reduzir os impostos”, ao mesmo tempo que aumentam os salários e preconizam um maior justiça social na distribuição da riqueza. Segue-se, conforme anunciou José Manuel Rodrigues , a resolução do “problema da habitação”, que classificou de “problema número um na Madeira”, sobretudo para a classe média, para os jovens e para os mais carenciados.
Por último, o CDS preconiza “protecção para os mais velhos” e “dar oportunidades aos mais novos”.
Para conseguir cumprir estes objectivos, o líder do CDS frisou a necessidade de cortes na despesa, de modo a conseguir fazer face a um aumento das responsabilidades financeiras que estas medidas podem representar. E esse corte deverá ser materializado no “emagrecimento da máquina governamental”, com a “extinção de institutos públicos e organismos que não servem para nada” ou a venda de património da Região que esteja devoluto ou nas mãos das Sociedades de Desenvolvimento, que além de não gerarem receita para o Orçamento Regional, ainda representam uma maior despesa.
Quanto a possíveis acordos com outros partidos, num cenário de ausência de uma maioria para outros partidos, José Manuel Rodrigues foi claro. “O CDS fará, no dia a seguir às eleições, aquilo que o povo decidir” nas urnas. Nesse sentido, os centristas estão “dispostos a falar com todos os partidos políticos, porque a Madeira não pode continuar com esta ingovernabilidade de ter eleições a cada seis meses”.
Perante um cenário em que esses acordos possam ter de passar pela esquerda, o cabeça-de-lista vincou que estão “dispostos a falar com todos em nome da estabilidade” da Madeira, sem esquecer a matriz de centro-direita que caracteriza o CDS/PP. José Manuel Rodrigues apontou como linhas vermelhas apenas o extremismo da esquerda e de direita.
À saída do Palácio da Justiça, o candidato destacou o facto de o partido cumprir com as premissas da paridade que constam da nova lei eleitoral da Região, embora a mesma ainda não se aplique neste acto eleitoral.