Chega critica "milhões do PRR para navio científico"
O deputado eleito pelo Chega (CH) para a Assembleia da República criticou a decisão do Governo Regional da Madeira de investir 14 milhões de euros das verbas disponibilizadas pelo PRR na construção de um navio de investigação. De acordo Francisco Gomes "o projecto do navio de investigação é um de quatro que foram sinalizados a nível nacional pelo governo da República como estando em risco de execução, fruto do processo de reprogramação de que o PRR está a ser alvo. Mesmo assim, o valor do investimento e a prioridade que lhe foi conferida pela liderança regional causam 'estranheza'" ao deputado.
"Não é só o facto do valor do investimento ser exagerado quando comparado a outros investimento de relevância superior que estão em curso, mas também a prioridade que o governo deu à iniciativa, quando existem outras áreas muito mais estratégicas para a vida da Região e das populações", argumenta o parlamentar.
Francisco Gomes, salienta a nota de imprensa divulgada esta tarde, destaca os "cerca de cinco milhões de euros previstos para a recuperação da Marina do Funchal e para os cerca de nove milhões previstos para a unidade hospitalar no Porto Santo", afirmando que "gastar catorze milhões num projecto de investigação é 'muito difícil de explicar'. Esta situação não está a passar despercebida na Comissão de Acompanhamento do PRR da Assembleia da República", que o deputado do CH integra como membro efectivo.
Adicionalmente, Francisco Gomes afirma que, a seu ver, "as verbas poderiam ter sido empregues para, por exemplo, renovar a frota pesqueira da Região, algo que, segundo diz, precisa de ser feito a título de urgência, não só para garantir mais condições de trabalho e de segurança, mas também para aportar competitividade a um setor que diz estar 'ao abandono'", lamenta.
Para o deputado, "tal investimento 'poderia ajudar imenso' a recuperar as pescas regionais, bem como trazer competitividade à economia local", sublinhando que o Governo Regional "deve justificar à população as opções que tem feito com as verbas do PRR, em especial quando estão em causa milhões de investimento a fundo perdido, que têm de ser colocados ao serviço da população", atira.
Foi feita uma escolha mal-enquadrada nas prioridades regionais e, uma vez mais, as pessoas veem adiada a possibilidade para trazer mais competitividade ao setor das pescas, algo que custaria menos de metade do navio científico. Porque é que o governo regional não luta pelas pescas, quando tem os meios para isso? Francisco Gomes