Bloco diz que "falta de medicamentos é uma atitude criminosa" do Governo Regional
Numa acção de pré-campanha, o Bloco de Esquerda Madeira, através do porta-voz Roberto Almada, abordou a temática da Saúde e da falta de medicamentos que entende ser "uma atitude criminosa" do Governo Regional.
"As denúncias do Bloco de Esquerda nada têm a ver com as pessoas que trabalham neste hospital", começou por esclarecer. "São profissionais dedicados que fazem o melhor para conseguirem ajudar todas as pessoas que precisam ser cuidadas neste hospital e, do ponto de vista dos profissionais, nós só temos a dizer que se tem excelentes profissionais que fazem, por vezes, o impossível para dar e garantir bons cuidados de saúde aos madeirenses", acrescentou.
Por isso, entende Roberto Almada, que aqui "são questões políticas", nomeadamente questões que "têm a haver, por exemplo, com a falta de medicamentos aqui na farmácia do hospital. Ainda hoje tivemos notícia de que os medicamentos para as doenças oncológicas continuam a faltar, os técnicos da farmácia estão a racionar os medicamentos, estão a dar quatro, cinco medicamentos a cada pessoa para que não faltem esses medicamentos às pessoas, mas muitas vezes esses medicamentos faltam", lamenta.
Na iniciativa realizada à entrada do Hospital Dr. Nélio Mendonça, o dirigente partidário salienta que "esses medicamentos são para doenças oncológicas, são para doenças autoimunes, são para doenças que têm a ver com pessoas infectadas com HIV, entre outras doenças muito graves que, infelizmente, ciclicamente, faltam os medicamentos no Hospital Central da Funchal", garante.
Desta forma, realça, "esta não é uma denúncia que o Bloco de Esquerda faz pela primeira vez, pelo contrário, fazemos esta denúncia pela enésima vez", recorda. "Ao longo dos últimos anos temos feito estas denúncias, porque a falta dos medicamentos tem sido cíclica e tem sido muito frequente, não é de agora este problema".
E aponta o dedo a Pedro Ramos. "O senhor secretário regional (da Saúde e Proteção Civil) vem de alguma forma tentar minimizar este problema, mas essa minimização que o senhor secretário tenta fazer, além de ser irresponsável, é criminosa, porque não está apenas em causa o prejudicar da saúde das pessoas, está em causa a própria vida das pessoas", acusa.
E acrescenta: "Se doentes oncológicos, se doentes autoimunes, se doentes infectados com HIV não têm a medicação de que necessitam para tomar todos os dias, podem, no limite, até perder a vida. E desse ponto de vista, não se pode brincar como brinca o Governo Regional. Esta é uma atitude criminosa que não se compadece de dívidas que não foram pagas, que não se compadece de atrasos na contratualização e na requisição desses mesmos medicamentos, porque esses medicamentos existem, as farmacêuticas têm esses medicamentos, muitas vezes é o próprio SESARAM que se atrasa no pagamento dessa medicação e na requisição dessa mesma medicação."
Em conclusão, Roberto Almada diz que o Bloco quer "um Governo, queremos responsáveis políticos que olhem para as necessidades dos doentes e dos utentes do SESARAM e que lhes garantam a medicação de que precisam, não apenas para melhorarem a sua saúde, mas muitas vezes e, infelizmente, para sobreviverem. São situações em que a vida das pessoas está em risco e é importante que o Governo Regional olhe para isto com outros olhos".