DNOTICIAS.PT
Comunidades Mundo

Oposição confirma que Maria Corina Machado foi libertada

None
Foto MIGUEL GUTIERREZ /EFE

O partido da oposição venezuelana liderado por Maria Corina Machado confirmou hoje que esta se encontra em liberdade, após ter sido "violentamente intercetada" no fim de uma manifestação na capital, Caracas.

"Demorámos algum tempo a compreender a gravidade da situação. Os factos: À saída do comício em Chacao, Caracas, Maria Corina foi intercetada e derrubada da motorizada em que seguia. No incidente, foram disparadas armas de fogo. Foi levada à força. Durante o período do seu rapto, foi obrigada a gravar vários vídeos, tendo sido posteriormente libertada" anunciou Magalli Meda, do partido Vente Venezuela (VV), na rede social X.

Magalli Meda adianta que "nas próximas horas, ela própria [Maria Corina Machado] irá dirigir-se ao país para explicar o que aconteceu".

"A propósito, como é que se pode falar de uma tomada de posse com este nível de violência", questiona a responsável do VV, na véspera da tomada de posse do Presidente Nicolás Maduro, cuja vitória eleitoral a oposição rejeita.

O anúncio da libertação foi feito já depois de vários países europeus (Espanha, Itália) e da região (Argentina, Panamá, entre outros), terem exigido a libertação de Machado.

O ministro do Interior, Diosdado Cabello, classificou entretanto de uma "invenção, uma mentira" o anúncio da oposição.

María Corina Machado deslocou-se a Chacao, em Caracas, para participar nas manifestações a favor da vitória do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, nas últimas eleições presidenciais venezuelanas, na véspera da data marcada para a posse do Presidente venezuelano.

A líder da oposição venezuelana reapareceu cercada por centenas de apoiantes, depois de permanecer escondida desde 28 de agosto.

Vestida de branco e agitando uma bandeira venezuelana, Machado chegou ao comício no distrito comercial de Chacao num camião, sob muitos aplausos.

"Nunca me senti tão orgulhosa na minha vida. Em toda a Venezuela as pessoas saíram à rua", disse, ao chegar ao local onde milhares de pessoas a esperavam há horas.

A opositora garantiu ainda que os próximos dias serão "históricos e decisivos para a liberdade" do país caribenho, no âmbito do "impressionante" movimento de cidadãos.

"Estamos, a partir de hoje, numa nova fase. Temos estado a preparar-nos para estes dias e estas semanas", disse Machado à multidão.

Para Machado, principal apoiante de González Urrutia, "o fim do regime chavista" dependerá do que este fizer na sexta-feira, quando está prevista a tomada de posse presidencial.

Edmundo González Urrutia, que se exilou em Espanha em setembro após ter sido alvo de mandados de captura, anunciou que estará "muito em breve" em Caracas e tem reiterado que tenciona assumir a Presidência do país.

Nicolás Maduro foi proclamado vencedor das presidenciais de 28 de julho, com 52% dos votos, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), considerado sob controlo do poder.

O CNE não divulgou as atas eleitorais das assembleias de voto, afirmando ter sido vítima de um ataque informático, um argumento considerado pouco credível por muitos observadores.

A oposição, que divulgou as atas eleitorais fornecidas pelos seus escrutinadores, garante que o seu candidato, Edmundo González Urrutia (sucessor de María Corina Machado, que foi desqualificada pelas autoridades), obteve mais de 67% dos votos.