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Madeira

Iglésias defende mudança política para transformar a Madeira

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Miguel Iglésias, deputado do PS-Madeira eleito à Assembleia da República defendeu esta quinta-feira, 9 de Janeiro, a necessidade de uma mudança política na Madeira "para transformá-la numa região mais próspera e com menos desigualdades e para libertá-la da opressão e da humilhação a que tem sido sujeita pelo Governo do PSD".

O socialista que falava esta tarde no âmbito da discussão da alteração à Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da Madeira, aproveitou para deixar fortes críticas ao PSD e a Miguel Albuquerque, os quais classificou de "responsáveis pela instabilidade que se vive actualmente na Região e que levará a que a Madeira caminhe para as terceiras eleições no espaço de ano e meio".

Depois da constituição de Albuquerque como arguido e da queda do Governo Regional, das eleições de Maio passado e da aprovação da Moção de Censura, em Dezembro último, que voltou a derrubar o Executivo, a Madeira aguarda agora a decisão do Presidente da República  em relação à marcação de novas eleições, recordou o parlamentar socialista, que afirmou esperar que a alteração à Lei Eleitoral seja aprovada a tempo do acto eleitoral.

Miguel Iglésias sublinhou, a propósito, que a discussão, "com alterações essencialmente no que concerne à paridade nas listas de candidatos e ao voto em mobilidade (que foram sempre bandeiras do PS), só acontece graças ao facto de o PSD ter deixado de ter maioria no Parlamento madeirense".

O deputado do PS reforçou o facto de a Região enfrentar uma instabilidade política da "responsabilidade do PSD, sendo que mais de metade dos membros do Governo são arguidos em processos por suspeitas de corrupção". Enquanto isso, disse, "a Madeira vive uma situação de desigualdades e problemas sociais graves, de continuação de emigração, de falta de oportunidades e criação de empregos qualificados, de contínuo empobrecimento, com milhares de famílias sem habitação digna, listas de espera na saúde intermináveis e com um governo que deixa faltar medicamentos essenciais no hospital".

Estamos há quase 50 anos a ser governados pelo mesmo partido, que tomou conta da administração regional como se os funcionários públicos fossem militantes do partido. Um partido que gere a economia em função dos interesses empresariais que o suportam, que trata a população com desdém, que ameaça famílias com o seu emprego ou apoios sociais, não permitindo a livre expressão e participação de quem não alinha com o poder e regime instalado, que cria dependências sociais e económicas, que oprime e humilha. A democracia respira muito mal na Madeira. Miguel Iglésias 

O parlamentar madeirense em São Bento realçou, por isso, que “é preciso uma mudança política definitiva se queremos verdadeiramente transformar a Madeira numa região mais próspera, com menos desigualdades e onde os jovens sintam que têm futuro”.

Isto porque, considerou, "não é admissível que a Região tenha um PIB per capita superior à média nacional, mas tenha das mais altas taxas de pobreza do País, com desigualdades gritantes em termos de rendimentos e muitas famílias sem uma habitação digna para viverem".

“O dinheiro manda no Governo Regional, mas as pessoas, a população, os cidadãos que vivem do seu trabalho não veem as suas condições de vida a melhorar, não veem os seus salários a aumentar, não veem os seus filhos e netos com oportunidades, não veem qualquer melhoria no tecido económico da Região, além do crescimento do betão”, constatou.

Miguel Iglésias referiu que o PSD "não tem nada de novo a oferecer, não tem uma estratégia de futuro nem um desígnio, querendo apenas o poder pelo poder”.

Por isso, salientou que em democracia há sempre alternativas e soluções, mostrando-se convicto de que, nas próximas eleições, os madeirenses e porto-santenses a escolherão, vincando que o PS-M “nunca se dobrou perante o regime e o poder regional do PSD” e que a Madeira “vai e tem de mudar”.