Duarte Caldeira acusa Carlos Pereira de arranjar artimanhas para ganhar na secretaria
O histórico socialista diz que as primárias não estão nos estatutos. "Não vai haver nada de especial para a candidatura do Sr. Carlos Pereira"
“O Diário de Notícias está a fazer um grande frete ao Carlos Pereira”, acusou Duarte Caldeira, acrescentando que o Carlos Pereira está a tentar fazer “é o mesmo que o Costa fez ao António José Seguro”. Foi a reacção do militante histórico à notícia de que o deputado madeirense eleito por Lisboa à Assembleia da República pretende eleições primárias para disputar a liderança do PS/Madeira. O socialista que integra os fundadores do PS Madeira diz que as primárias não estão previstas nos estatutos e que Carlos Pereira teve oportunidade de concorrer contra Paulo Cafôfo no último congresso e não o fez “porque tinha medo ou não quis”, disse. “Não venha arranjar artimanhas para ganhar na secretaria aquilo que perdeu no terreno”.
Duarte Caldeira diz que o congresso de Fevereiro de 2024 foi antecipado para 2 de Dezembro de 2023 não para inviabilizar uma candidatura de Carlos Pereira, mas devido às eleições que vinham a seguir. E argumenta que o pedido de primárias é para que possam votar pessoas não inscritas, mas que qa decisão do líder dos socialistas cabe aos militantes socialistas. “Já quando aconteceu ao Costa, nós vimos lá na sede do partido muita gente do PPD e do CDS a votar no António Costa. Portanto o que ele quer é isso, porque dentro do partido, ele ganhou uma vez, não teve opositores, a segunda vez perdeu e não voltou a concorrer. Portanto, se ele quiser, que concorra a um congresso normal, não vai haver nada de especial para a candidatura do Sr. Carlos Pereira”.
Ao contrário de outras leituras, este socialista não aceita que o PS-Madeira venha de um somatório de maus resultados, argumenta que elegeu um eurodeputado e não teme pelos resultados nas próximas eleições com o mesmo líder. Reforça que a atitude de Carlos Pereira é que está a penalizar o partido ao fazer com os seus apoiantes “campanha permanente” contra Paulo Cafôfo. “A alternativa acontece quando houver eleições dentro do partido. Não é quando alguém quer que haja”, afirmou.
Na sua opinião, Carlos Pereira não soube perder. “Pensa que é o melhor do mundo”, acrescentou. “Pode ser um bom técnico, mas não é um bom político”.
O histórico socialista madeirense rejeita qualquer comparação com a situação de Manuel António e do PSD. “Não tem nada a ver, absolutamente nada. Que eu saiba, o Paulo Cafôfo não é arguido de nada. Ao passo que o Miguel Albuquerque, ele é arguido e tem quatro secretários também”.
Quanto às próximas eleições, está sempre confiante, revelou. Mas diz que quem manda e quem vota é o povo. “Sabe muito bem que a gente vem de uma situação de quase 50 anos de poder regional, numa altura em que PSD poderia apresentar como candidato uma bananeira com o emblema do PSD que ganhava. E há muita gente ainda que diz que é PPD até morrer, sem olhar ao valor dos candidatos e sem olhar aos programas dos partidos. Esta é a nossa realidade”, lamentou.
Já se os resultados das próximas eleições forem maus, “o líder do partido tem que tirar as ilações desse resultado. Quando chegarmos lá, veremos”, afirmou.