Penas de até 24 anos de prisão para homens que mataram jovem homossexual em Espanha em 2021
Três pessoas foram hoje condenadas em Espanha a penas de entre 20 e 24 anos de prisão pela morte de um jovem homossexual de origem brasileira, Samuel Luiz Muñiz, em 2021, na Galiza.
O caso de Samuel Luiz Muñiz levou naquele ano milhares de pessoas às ruas de diversas cidades espanholas, em manifestações em que pediam justiça, denunciavam um crime de ódio e homofobia e declaravam solidariedade com a comunidade LGBTI.
O tribunal da província da Corunha, no norte de Espanha, condenou hoje três homens a penas de entre 20 e 24 anos de prisão pelo assassinato de Samuel Luiz e uma quarta pessoa a 10 anos de cadeia por cumplicidade.
Outras duas pessoas, menores de idade, haviam já sido consideradas culpadas num processo autónomo.
Os quatro adultos terão ainda de indemnizar a família de Samuel Luiz Muñiz com 304.000 euros e passarão por mais cinco anos de liberdade condicional e vigiada depois de saírem da prisão, segundo a sentença hoje conhecida, que pode ser ainda objeto de recurso.
O tribunal considerou um agravante a "discriminação por orientação sexual" no caso do homem condenado a 24 anos de prisão, tendo sido dado como provado no julgamento que matou Samuel Luiz, juntamente com os restantes, ao mesmo tempo que grtiava "maricón".
Este homem, Diego M. M., iniciou a agressão a Samuel Luiz Muñiz, numa rua, de madrugada, por pensar que este o filmava com o seu telemóvel, num momento em que o rapaz fazia uma videochamada.
Segundo o acórdão, Diego M. M. mostrou "total falta de empatia" e "crueldade" em relação a Samuel Luiz Muñiz.
O assassinato de Samuel Luiz, pela agressão de que foi alvo por um grupo de outros jovens numa rua da Corunha, foi qualificado pelo primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, em 2021, como "um ato selvagem e impiedoso".