Vamilhá, Cafôfo?

Ano novo, vida nova, como diz o povo, ou pelo menos é o que espera o líder do PS-M.

Para Paulo Cafôfo, o ano novo traz mais uma oportunidade de chegar a líder da Madeira. Com tantas eleições falhadas eu não me admirava que na sua cabeça começasse a traçar paralelos com grandes figuras políticas, talvez até se vendo como um “Lula da Silva madeirense”. Sim, porque Cafôfo pode muito bem olhar para a sua carreira política e ver um reflexo de Lula da Silva, aquele que passou décadas a tentar chegar ao poder no Brasil até que, finalmente, conseguiu. Ambos partilham a mesma longa caminhada de persistência e uma suposta identificação com o campo político da esquerda.

Lula, especialmente na sua primeira ascensão ao poder, representava um movimento, uma visão para o futuro do Brasil. Tinha carisma, ideias, e um propósito (depois descambou, mas isso é outra conversa). Já Cafôfo, depois de tantos anos e tantas eleições falhadas, parece representar apenas uma coisa: o vazio. Onde está a visão para a Madeira? O que é que ele tem a apresentar à região, além de frases feitas e tentativas desajeitadas de se manter relevante?

A sua mais recente ideia “brilhante” foi um cartaz dirigido a Miguel Albuquerque, onde, em vez de apresentar propostas ou alternativas, decidiu recorrer a uma expressão tipicamente madeirense acabando por a ridicularizar. É este o respeito que Cafôfo e o PS-M têm pelos madeirenses? Depois de tanto tempo a tentar alcançar o poder, é um cartaz infantil e infeliz que têm para mostrar?

Diz que quer unir os madeirenses e fazer a ilha avançar, mas nem sequer consegue agregar a oposição e o seu próprio partido. Nem 24 horas se passaram até que toda a oposição lhe virasse as costas à sua “brilhante” ideia (outra) de tentar repetir nas eleições regionais a estratégia que adotou para a CMF. Agora, até deputados históricos do PS-M já pedem a desvinculação.

Cafôfo não é Lula e receio que nunca será. O que eles partilham é, no máximo, o campo político da esquerda e, no mínimo, a habilidade de fazer promessas. Mas, enquanto Lula era um líder com carisma e determinação até chegar ao poder, Cafôfo é apenas um político de ambição amplamente desproporcional ao talento.

Na prática, Cafôfo não tem estratégia, nem discurso, nem força para se afirmar como uma figura relevante na política regional e, ao que tudo indica, dificilmente será lembrado na história política da Madeira. Pelo menos é isso que nos indicam os resultados das eleições em que tem participado até agora.

A Madeira merece mais, muito mais.

T. S.