Trabalhadoras da Santa Casa da Misericórdia de Machico denunciam "tentativas intimidatórias"
Após plenário, trabalhadoras ameaçam "voltar à luta", através de nova greve, pelo pagamento de retroactivos em falta
As trabalhadoras da Santa Casa de Misericórdia de Machico reuniram-se em plenário nesta quarta-feira e decidiram manter a sua "justa luta" pelo pagamento de retroactivos em falta referentes a Julho de 2022 e Dezembro de 2023, denunciando também "algumas tentativas intimidatórias" de retiradas de Direito já atribuídos, como o Dia de Aniversário.
A assembleia destacou a recente notícia de que o Governo Regional da Madeira destinará mais de 3 milhões de euros em apoio financeiro à Santa Casa para os anos de 2025 a 2027, conforme anunciado pela Secretária Regional da Inclusão, Trabalho e Juventude.
Apesar deste reforço financeiro, as trabalhadoras expressam "profunda indignação e revolta" pela falta de resposta das entidades responsáveis, incluindo a Mesa Administrativa e a recém-eleita Provedora Dra. Nélia Martins, em relação aos retroactivos de Julho de 2022 a Dezembro de 2023. Este assunto já havia sido discutido em Maio de 2024 e, posteriormente, foi feita uma proposta de parcelamento dos pagamentos apresentada pelo Sindicato CESP e pelas trabalhadoras em Setembro de 2024 que "permaneceu sem resposta".
Neste sentido, as trabalhadoras decidiram solicitar uma nova reunião mediada pela Direcção Regional de Trabalho (DRT) até o final de Janeiro, visando restabelecer o diálogo interrompido e negociar um acordo de "pagamento faseado" dos retroactivos. Além disso, pretendem agendar um encontro com a Secretária Regional Ana Sousa para informar a Tutela sobre suas preocupações e reivindicações.
Entre as exigências também está a exigência do cumprimento integral do CCT, quer em matéria dos descansos compensatórios em dia de Feriado, quer na aplicação do mesmo em matérias de horários de trabalho/escalas de serviço.
Outra das demandas prende-se com o "repúdio a tentativa e ameaça intimidatória, proferida através de mensagens escritas, de retirada da "Atribuição de Descanso em Dia de Aniversário" às trabalhadores, direito exercido há vários anos e atribuído pelo anterior Provedor desta Santa Casa".
Afirmar a urgência e a necessidade, que as entidades oficiais, reconheçam e intervenham perante as inúmeras carências e dificuldades com pessoal, neste sector social, levando à exaustação, estados de "burnout", desgaste emocional e psicológico, acidentes de trabalho, bem como a desregulação dos horários de trabalho, tornando o dia-a-dia destas profissionais exaustivo Trabalhadoras da Santa Casa da Misericórdia de Machico
As Trabalhadoras terminam o comunicado afirmando que "tudo têm feito" para encetar formas de diálogo e cooperação com a Instituição, no entanto, salientam que, em caso do não reconhecimento de diálogo sobre esta matéria, "não descartam a hipótese de regresso à Luta, com recurso a nova greve, trazendo para as ruas e conhecimento público as suas justas reinvindicações".