O “duelo”
Vladimir Putin (VP) subiu mais um degrau no seu narcisismo megalómano ao desafiar os EUA para um “duelo de mísseis” para comprovar quem tem o míssil mais rápido.
Como palco da “ação” VP insta os americanos a escolherem como alvo “por exemplo Kiev”, numa espécie de recreação do “O.K. Curral” no séc. XXI.
Este desafio absurdo e imbecil só poderia partir de alguém, que a exemplo de outros que a história imortalizou não pelo que fizeram de positivo pela humanidade mas pelas tragédias humanas que desencadearam, se acha imbuído de capacidades superiores para liderar a humanidade não no caminho da salvação mas da destruição.
O facto de pretender que o palco do “duelo” fosse Kiev demonstra bem o ódio patológico que VP tem pela Ucrânia e pelos ucranianos que tiveram a coragem de fazer frente e resistir às suas tentativas hegemónicas de anexação pela força da Ucrânia, sem qualquer justificação verosímil e violando o direito internacional e a carta da ONU.
O culminar do desafio de VP para o “duelo” seria destruir Kiev, aniquilar os ucranianos e mostrar ao mundo que os seus mísseis são os mais rápidos a matar e a destruir e que por via disso lhe caberia ser o novo “sheriff” com carta branca para impor a sua tirania desde Moscovo a Lisboa.
Vale a pena recordar as palavras de Churchill em Junho de 1940 quando o tirano Hitler tentava dominar a Europa: “Hitler sabe que terá de nos fazer sucumbir nesta ilha ou perder a guerra. Se nós pudermos enfrentá-lo, toda a Europa poderá ser livre e a vida do mundo poderá continuar na direção de campos amplos e ensolarados. Mas, se falharmos, o mundo inteiro - inclusive os Estados Unidos, inclusive todos os que conhecemos e com quem nos importamos - irá afundar no abismo de uma nova era de trevas, tornada mais sinistra e talvez mais prolongada, pelas luzes da ciência pervertida. Vamos, portanto, nos unir em torno dos nossos deveres”.
Estabelecendo um paralelo entre 1940 e o que está hoje a acontecer com a invasão russa da Ucrânia, não será de todo despiciendo antever que se a Europa não ajudar a Ucrânia a resistir à barbárie desencadeada por VP e se a Ucrânia sucumbir à mesma, serão os europeus, a democracia e a liberdade as próximas vítimas da tirania de VP ou de qualquer outro tirano em que a Rússia é pródiga e os russos tanto admiram.
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