“Situações pontuais” não são a média do tempo de espera nos Serviços de Urgência da Região
Pedro Ramos garante que, em média, no mês de Dezembro, foram respeitados os tempos máximos de espera determinados pela Triagem de Manchester nas urgências do Serviço Regional de Saúde
O secretário regional de Saúde e Protecção Civil garantiu, esta terça-feira, aos jornalistas, que não têm sido ultrapassados os tempos máximos de espera definidos pela Triagem de Manchester para um primeiro atendimento dos doentes no Hospital Dr. Nélio Mendonça.
“Os extremos de espera na Madeira são completamente diferentes do Serviço Nacional de Saúde", disse o governante, lembrando que os hospitais Santa Maria, em Lisboa, e Beatriz Ângelo, em Loures, para dar alguns exemplos, têm registado tempos de espera na ordem das 15 ou das 17 horas, respectivamente. Na Região, tem havido relatos de tempos de espera superiores às seis ou às oito horas, situações que Pedro Ramos considerou serem “pontuais”.
Foi à margem da recepção aos médicos internos, que hoje teve lugar no Serviço de Saúde da Região (SESARAM), que o secretário regional reforçou que tais “situações pontuais” não devem ser assumidas como regra.
De acordo com a estatística do mês passado, e conforme destacou Pedro Ramos, no caso dos doentes triados com a cor vermelha (emergente), foram atendidos de imediato; os de cor laranja registaram um tempo médio de espera de 15 minutos, quando o previsto são 10 minutos; os de cor amarela conheceram um tempo máximo de espera, em média, de 57 minutos, ao invés dos 60 previstos; no caso dos verdes, considerados pouco urgentes, com temop máximo de espera de duas horas, registaram-se 84 minutos.
No mês de Dezembro, conforme revelou o SESARAM, foram atendidos 1.362 doentes muito urgentes (triados com cor laranja); 4.934 urgentes (cor amarela); passando aos pouco urgentes (cor verde), foram 3.764 os utentes atendidos; os azuis (não urgentes) foram 146.
O governante realçou, igualmente, os mais de 1.000 atendimentos realizados no dia de ontem, nos vários serviços de atendimento urgente do SESARAM, muito acima da média diária anual. Na Urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça deram entrada 360 doentes; nos serviços de urgência periféricos, afectos aos vários centros de saúde, foram observados outros 750 doentes.
Pedro Ramos considerou que este é um dos períodos do ano em que há maior procura pelos serviços de saúde, notando que o Plano de Contingência já foi prontamente activado, sustentando não haver necessidade para medidas mais restritivas como as registadas no período da pandemia de covid-19, nomeadamente a separação dos doentes respiratórios dos demais nos serviços de urgência.
O secretário da Saúde voltou a considerar as altas clínicas como um dos problemas que mais contribui para a pressão sobre o Serviço Regional de Saúde. Nos últimos dias, o número de utentes com alta clínica que se mantêm internados nos hospitais dos Marmeleiros e Dr. Nélio Mendonça tem vindo a baixar lentamente, pese embora os apelos já feitos às famílias e a procura por soluções sociais alternativas.
Ontem eram 230, hoje de manhã passaram para 218 utentes em situação de 'alta problemática'. Pedro Ramos destacou o diálogo desencadeado com a Segurança Social e com algumas instituições sociais para encontrar resposta para algumas destas pessoas, dando como exemplo a negociação em curso com o Lar da Ajuda ou o Lar da Santa Casa da Misericórdia da Calheta.