Ilha da Madeira... no Brasil
Todos nós sabemos que, a Madeira é uma Ilha pequenina, mas que tem milhares de filhos espalhados um pouco por todo o mundo.
Não só em países grandes como em regiões de reduzidas dimensões, algumas das quais, a maioria dos madeirenses desconhece.
Recordo-me que, em tempos idos, o velhinho, mas acutilante semanário “Diário da Madeira “tinha assinantes em locais longínquos e desconhecidos de quase todos nós, algo que nos causava profunda admiração e curiosidade.
E isso acontecia em mais de um lugar, como se dava, igualmente, em países de grandes dimensões como a Venezuela, a África do Sul, os EUA e outros como o Brasil.
E é sobre este enorme país irmão que vamos falar.
Embora saibamos que, um pouco por todo o lado, existem madeirenses que não estão bem, a verdade é que muitos conseguiram se impor, mostrar o seu valor em várias áreas, quer no campo comercial, como industrial e até no desempenho de funções públicas e atividades políticas.
E é exatamente sobre um filho desta terra que emigrou para o Brasil aos 18 anos de idade, de nome Alfredo Horácio Pereira Camacho, começando a sua atividade profissional como bancário, mudando depois para a área comercial, onde se tornou um empresário extremamente cotado, admirado e respeitado, chegando mesmo a ser agraciado pelo Prefeito (Presidente de Câmara) de Biriguí.
Contudo , apesar de ter prosperado, de ter uma vida perfeitamente estável naquele grandioso País , nunca esqueceu as suas origens e enquanto teve o seu pai vivo, todos os anos vinha cá (e ainda hoje o faz, embora lamentando não haver voos diretos entre Funchal e São Paulo) e fazia questão de ao regressar à sua casa levar o que de melhor e mais significativo tinha a sua terra, como bordados, bolos de mel e diversos outros produtos do artesanato madeirense para com orgulho mostrar e presentear familiares nascidos lá e seus amigos brasileiros.
Mas o que nos leva a escrever este apontamento e que traduz de facto o seu verdadeiro amor pela sua terra natal é, neste momento, quando a idade já ultrapassa os 80 anos, sabermos que acaba de construir – em sociedade com uma empresa da especialidade- um volumoso e extraordinário empreendimento, ao qual deu o nome - e aqui é que está o facto que nos sensibilizou - de “Ilha da Madeira”.
Hoje, quem chega a Biriguí, município do Estado de São Paulo localizado no noroeste paulista, fundado por um português natural de Silvares em 1911, pode ver ( 114 anos depois) uma obra de um português, mas agora da Madeira, em sociedade com dois ilustres brasileiros que se traduz num empreendimento colossal contendo 319 lotes residenciais e comerciais numa área superior a 133.000 m2,com abertura de ruas com 10m de largura e passeios espaçosos e asfaltados, com agua e rede de esgotos, iluminação pública ,plantação de arvores ornamentais ,enorme poço artesiano, e caixa com capacidade para 130.000 litros de agua, com laboratório próximo para analise e tratamento antes de ser distribuída para a rede.
Enfim, uma obra que veio valorizar a região e merecer o interesse público de modo que, quatro meses após a sua inauguração, já foram negociados largas dezenas de lotes.
Como se trata de algo feito por um madeirense, (e num momento que se discute neste País, bem e mal, o tema da imigração e emigração) achamos por bem levar ao conhecimento público, pois a Madeira –e o próprio país - devem orgulhar-se pelo que é feito pelos seus filhos dentro e fora de portas.
E se os filhos deste País podem fazer coisas boas lá fora, podem também os filhos de lá de fora fazerem coisas boas cá dentro. Necessário é separar o trigo do joio.
- Está de parabéns o nosso ilustre conterrâneo e todos aqueles que contribuíram para este empreendimento, cujo nome Iilha da Madeira muito nos apraz registar.
Juvenal Pereira