Parlamento venezuelano confirma convite a Maduro para prestar juramento para novo mandato
A Assembleia Nacional da Venezuela (AN, parlamento), onde o chavismo detém a maioria, iniciou hoje um novo período de sessões, até 05 de janeiro de 2026, e reelegeu hoje o deputado chavista Jorge Rodríguez como presidente.
Durante a primeira sessão de 2025, o parlamento reiterou o convite ao atual chefe de Estado, Nicolás Maduro, para prestar juramento perante este órgão, em 10 de janeiro, para um novo mandato de seis anos. "Caro Presidente, receba uma afetuosa saudação. É justo dirigir-me a vossa excelência nesta ocasião para lhe reiterar a convocatória para que, na qualidade de candidato presidencial eleito em 28 de julho de 2024, tome posse e realize o devido juramento como Presidente da República Bolivariana da Venezuela para o período constitucional 2025-2031, no dia 10 de janeiro de 2025, às 12:00", disse Jorge Rodríguez.
O reeleito presidente do parlamento sublinhou que, como primeiro ato deste novo ano, iria assinar um novo convite "à pessoa eleita como Presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela em 28 de julho de 2024".
Nicolás Maduro, disse Rodriguez, foi eleito "com os votos do povo, pelas mulheres e homens gloriosos deste vasto território". Segundo o representante, está "inscrito no ADN imortal da sociedade venezuelana a indeclinável decisão de ser livre, independente, soberana para sempre". "Existem milhões de venezuelanos que são independentes, livres, democratas, e a grande maioria destes venezuelanos elegeu Nicolás Maduro Moros como Presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela, tal como estabeleceu o Conselho Nacional Eleitoral em todos os seus boletins", insistiu.
As eleições presidenciais venezuelanas, sublinhou, contaram "com a perícia, o estudo e a avaliação efetuados pelo Supremo Tribunal de Justiça". "A peritagem nacional e internacional produziu o resultado que o Conselho Nacional Eleitoral já tinha estabelecido. Confirmou que o resultado era efetivamente aquele que o povo venezuelano tinha estabelecido na eleição de 28 de julho", disse.
A Venezuela realizou nessa data eleições presidenciais após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição afirma que o seu candidato, Edmundo González Urrutia, que se exilou em Espanha, obteve quase 70% dos votos. Além da oposição venezuelana, vários países denunciaram a existência de fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as atas de votação para uma verificação independente.
Em 02 de janeiro, as autoridades venezuelanas ofereceram uma recompensa de 100.000 dólares norte-americanos (97,4 mil euros) por informações sobre o paradeiro de Urrutia.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
O CNE da Venezuela ainda não divulgou as atas do sufrágio desagregadas por assembleia de voto.
O Presidente toma posse em 10 de janeiro de 2025 para um mandato de seis anos. A dias da tomada de posse, Maduro avisou já que o poder presidencial no país "jamais cairá nas mãos de um fantoche da oligarquia e do imperialismo".
"Esta casa é a casa do povo. Agora e sempre", afirmou, num vídeo divulgado no Instagram.
Em 03 de janeiro, o Governo venezuelano enviou 1.200 militares para todo o país para "garantir a paz" antes e durante a tomada de posse.