Presidente do Parlamento preocupado com situação nas Urgências
José Manuel Rodrigues frisa que 230 idosos, já com alta, mas sem um lugar para onde ir, é problemática que não é de hoje
José Manuel Rodrigues, presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, manifestou, esta tarde na tomada de posse dos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Machico, "a sua grande preocupação face à situação atual vivida no Serviço de Urgências do Hospital Dr. Nélio Mendonça", lê-se numa nota de imprensa divulgada, reagindo às notícias avançadas pelo DIÁRIO.
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"Existem 230 idosos que já tiveram alta clínica, mas que não têm um sítio para onde ir, estão a ocupar uma cama hospitalar", especifica. "É uma problemática que não é de hoje, mas que se agudiza agora, quando há um maior pico de afluência causado pela combinação das doenças típicas da época às urgências do Hospital Nélio Mendonça", salienta. E acrescenta: "Há necessidade de novos internamentos e não existem camas suficientes no hospital. Para não falar, na enorme lista de espera que ainda hoje temos, cerca de um milhar de pessoas estão à espera de dar entrada num lar na nossa Região."
Por isso, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira "apelou às famílias que podem ter os seus idosos em casa, que os vão buscar ao Hospital Dr. Nélio Mendonça", reconhecendo que "é evidente que existem famílias, que por razões socioeconómicas e pelas suas condições laborais, têm uma enorme dificuldade em manter os seus idosos em casa, pois muitos deles necessitam de cuidados médicos e de enfermagem". No entanto, manifestou José Manuel Rodrigues, "existem outras famílias que têm essa possibilidade, e essas têm a obrigação de dar esse acolhimento aos seus idosos que estão no hospital, que já tiveram alta clínica e necessitam apenas de um braço para voltar aos seus lares originais e às suas famílias", critica.
Para José Manuel Rodrigues, a propósito da questão dos apoios da Região e do Estado relativamente a instituições como a Santa Casa da Misericórdia de Machico, "é tempo de começar a rever os acordos de cooperação existentes", isto "porque aquilo que recebem, não é suficiente para que possam ter uma vivência normal e para que possam desenvolver os seus projectos. Vamos precisar na Madeira de novas políticas públicas da segurança social, sobretudo de apoio às Instituições de solidariedade", defendeu.
Sobre a Santa Casa de Misericórdia de Machico, destacou que "é uma instituição que presta relevantes serviços no apoio aos idosos, na ajuda aqueles que estão isolados e que vivem em contexto de solidão, aos mais pobres, aos mais fracos, aos inválidos, aos excluídos da sociedade, apoia a infância e a juventude de Machico". Acredita, por isso, que "o desenvolvimento social deste concelho não seria o mesmo se não existisse esta instituição, até porque estamos confrontados nos tempos de hoje com um enorme desafio, o envelhecimento da população. É notável o percurso que fizemos nos últimos 50 anos em termos do aumento de esperança média de vida, no entanto, isso levanta exigências muito grandes e custos financeiros elevados", reconhece.
Em nota de relevo, o presidente da Assembleia Legislativa lembrou ainda Zita Cardoso, "professora, investigadora e empresária que presidiu a várias instituições empresariais, desportivas e culturais", frisando que "com a sua investigação, publicada em vários livros, contribuiu para a promoção da história da Madeira e para o aumento da curiosidade sobre o concelho de Machico, de onde era natural", terminou.