Cerca de 11 mil haitianos fugiram recentemente da capital devido à violência
Cerca de 11 mil pessoas fugiram das suas casas na capital haitiana após os ataques dos últimos dias de grupos armados, segundo um relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM) hoje publicado.
"Estes ataques intensificaram-se nos últimos dias e o número de pessoas deslocadas aumentou para 10.867", refere o relatório da OIM, acrescentando que, durante as férias de Natal, a capital, Porto Príncipe, continuou mergulhada em violência, empurrando as famílias para uma "corrida pela sobrevivência".
Do total de deslocados, 95% refugiaram-se em 18 locais, incluindo quatro abrigos recentemente criados e 14 que já existiam antes dos incidentes.
Cerca de 800.000 pessoas estão deslocadas internamente no Haiti devido à violência armada perpetrada por grupos que controlam pelo menos 85% da área metropolitana de Porto Príncipe, onde vive um terço da população.
Durante o seu discurso na quarta-feira, por ocasião do 221.º aniversário da independência nacional, o presidente do Conselho Presidencial de Transição, Leslie Voltaire, anunciou uma "guerra" contra os grupos armados, que criaram uma situação de terror no país.
No ano passado, "mais de 5.000 pessoas morreram" em 2024 devido às ações dos grupos, segundo o líder, que notou que o objetivo desta "guerra" é pacificar o país para que se realizem as eleições adiadas há anos.
Este ano é definitivo para criar um clima propício à recuperação dos territórios sob o controlo ou ameaça dos grupos armados, assegurou.
A última análise da Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar indicou que 5,4 milhões de haitianos, metade da população, lutam para se alimentar todos os dias.
É uma das "maiores proporções de pessoas com insegurança alimentar aguda em qualquer crise global", de acordo com o relatório divulgado em outubro passado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM).
Esta é "a pior emergência de fome no hemisfério ocidental", concluiu o relatório.