Rui Carita apresenta hoje a obra 'História da Madeira' em Londres
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A Académica da Madeira é recebida na Embaixada de Portugal no Reino Unido esta quinta-feira, 30 de janeiro, esta tarde, onde irá apresentar a obra 'História da Madeira', da autoria do historiador e professor catedrático Rui Carita e editada pela Imprensa Académica, e realizará um sarau musical com homenagem ao artista madeirense Max.
A iniciativa está enquadrada nas actividades de promoção da cultura madeirense nas comunidades portuguesas e lusodescendentes naquele país, na qual será também divulgada a obra 'Levadas da Madeira', também editada pela Imprensa Académica, valorizando além-mar o património musical, histórico, literário e ambiental da Região.
Os eventos contam com a colaboração do Centro de Estudos e Desenvolvimento, Educação, Cultura e Social da Calheta, liderado pelo emigrante Eugénio Perregil.
Promoção da cultura portuguesa e participação juvenil
Motivada pelo impacto positivo da edição anterior, realizada em Janeiro de 2024, e pelo interesse crescente da comunidade portuguesa no sul de Inglaterra, a Académica da Madeira está a realizar uma nova iniciativa de promoção da cultura portuguesa, que conta com o apoio do Instituto Português do Desporto e Juventude.
"A experiência do ano passado deixou-nos memórias inesquecíveis e a recepção calorosa que tivemos foi um testemunho do carinho que esta comunidade tem pela sua cultura e pelas suas raízes", explicou Ricardo Freitas Bonifácio, presidente da Académica da Madeira.
Esta acção tem como objectivo valorizar o património madeirense junto das comunidades emigrantes e criar nos jovens lusodescendentes, especialmente com origens madeirenses, o gosto pela sua herança cultural.
"É com grande entusiasmo que a Académica da Madeira e o nosso grupo de fados, os Fatum, regressam a Londres para mais uma série de actuações junto das comunidades emigradas madeirenses", indicou o líder estudantil, para quem "esta deslocação representa para nós não apenas um momento artístico" e "reencontro com a nossa história e identidade, partilhada com tantos conterrâneos que, apesar da distância, mantêm vivas as tradições e os laços que nos unem".
A concretização deste programa só é possível graças à colaboração de associações dedicadas ao trabalho com as comunidades portuguesas no Reino Unido, destacando-se o Centro de Estudos e Desenvolvimento de Educação, Cultura e Social, sediado na Calheta e liderado por Eugénio Perregil, e a Associação Portuguesa de Crawley. Estas entidades desempenham um papel fundamental na divulgação da cultura portuguesa e na integração da comunidade.
Académica da Madeira no Reino Unido
Envolvida em dezenas de iniciativas internacionais das áreas do associativismo jovem, desporto, cultura e solidariedade, a Académica da Madeira tem-se dedicado a criar espaços de trânsito de estudantes universitários e jovens de várias nacionalidades entre a Madeira e outras regiões europeias, pontuais ou de longa duração.
Em Junho de 2024, a Académica também esteve na Escócia, em Glasgow, para participar na conferência internacional da Federation for European Storytelling, onde deu a conhecer o trabalho realizado no programa 'Herança Madeirense'. Contudo, já em Janeiro realizara ações em Londres, Crawley e outras localidades do sul de Inglaterra em torno da história partilhada entre o Reino Unido e a Madeira. "Voltar a Londres é sempre um prazer", refere o presidente, indicando regressar "a uma terra onde nos sentimos em casa, acolhidos por pessoas que partilham a mesma paixão pela Madeira e pela sua riqueza cultural".
Para Ricardo Freitas Bonifácio, um dos momentos mais emblemáticos desta visita é a recepção na Embaixada de Portugal no Reino Unido, que para os estudantes madeirenses é "de grande significado". Além dos diplomatas e das entidades convidadas, a Académica e os Fatum terão a honra de contactar com "vários representantes da comunidade madeirense, artistas e emigrantes" que, para o presidente, são pessoas que "com a sua presença e entusiasmo, tornam este momento ainda mais especial".
Em 2025, a Académica leva até terras de Sua Majestade Britânica os livros 'Levadas da Madeira', uma antologia literária coordenada por Thierry Proença dos Santos, com fotografia de Francisco Correia, e 'História da Madeira', de Rui Carita, editadas no final de 2024 pela sua chancela editorial Imprensa Académica. Para Ricardo Freitas Bonifácio, trata-se de "duas obras que enriquecem e promovem o património cultural da nossa ilha. A divulgação da nossa história e das nossas tradições é uma missão que abraçamos com orgulho, reforçando a importância de preservar e valorizar a identidade madeirense no mundo".
Além das acções de proximidade com as comunidades, a direcção da Académica irá reunir com congéneres britânicas, como fez saber o líder estudantil, nos escritórios de "diversas associações estudantis de Londres". Para Ricardo Freitas Bonifácio, estes encontros "são oportunidades únicas para trocarmos experiências, partilharmos vivências e fortalecer os laços entre académicos de diferentes realidades, unindo-nos pelo interesse comum no conhecimento e na cultura". É de recordar que, com a saída do Reino Unido da União Europeia, a mobilidade juvenil e estudantil entre os dois lados do Canal da Mancha praticamente deixou de existir.
Sobre a obra 'História da Madeira'
Originalmente publicada pelo Governo Regional da Madeira, sob a alçada da Educação, 'História da Madeira', da autoria de Rui Carita, teve uma nova edição da Imprensa Académica adaptada ao português moderno, enriquecida com notas e profusamente ilustrada com obras dos museus e monumentos da Região. Esta edição é uma coleção em seis volumes, cada qual dedicado a um século de história de ocupação portuguesa do arquipélago, lançados pela Académica entre 2014 e 2020.
Reconhecendo a necessidade de dar a esta referência um formato mais acessível, a Imprensa Académica lançou um volume único, que mantém o texto principal, revisto e consolidado, com a narrativa dos factos apurados pelo autor desde os tempos do povoamento, no século XV, até ao século XX, com a conquista da Autonomia.
Sobre Rui Carita
Figura incontornável na historiografia portuguesa, é um dos mais respeitados especialistas na história da Madeira. Com uma vasta carreira académica, foi professor catedrático da Universidade da Madeira e tem desempenhado um papel crucial na preservação e divulgação do património cultural e histórico português.
Autor de dezenas de obras e artigos científicos, o seu contributo estende-se também à coordenação de projetos ligados à investigação histórica e à conservação do património, abrangendo temas desde a história militar até à expansão portuguesa. O seu trabalho tem sido amplamente reconhecido em diversas instituições nacionais e internacionais.
Homenagem a Max
Durante o evento, o grupo Fatum prestará uma homenagem especial a Maximiano de Sousa, Max, uma das figuras mais icónicas da música portuguesa.
Nascido no Funchal, na freguesia da Sé, em 1918, trabalhou como alfaiate desde muito cedo. Tinha 14 anos quando começou a cantar, interpretando fados, e posteriormente sambas e boleros nas noites dançantes dos principais hotéis do Funchal. Em Lisboa, na década de 1950, a par da música, tornou-se uma vedeta do teatro de revista e começou a actuar na rádio e a gravar na Valentim de Carvalho.
Em 1957, com a ida para os Estados Unidos, iniciou uma carreira internacional de sucesso que o levou pelo Mundo fora.
Recebeu em vida distinções e homenagens, mas sempre foi recordado como pessoa discreta. Faleceu em 1980 com 62 anos, há muito afastado dos palcos devido a questões de saúde.
Sobre os Fatum
Celebrando 15 anos de existência neste mês de Janeiro, o Fatum é o grupo de fados da Académica da Madeira e o grupo residente do histórico Colégio dos Jesuítas do Funchal, edifício com mais de 400 anos de existência, parte Monumento Nacional e em cujo complexo se acolhe a reitoria e diversas valências da Universidade da Madeira.
Com três álbuns e uma vasta presença em redes sociais, o grupo tem atuado em diversos países, promovendo a música portuguesa. A sua presença no Reino Unido, em Janeiro de 2025, inclui apresentações no sul de Inglaterra e na ilha de Jersey, homenageando grandes nomes da música portuguesa, incluindo os madeirenses Edmundo de Bettencourt e Max.