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Regionais 2025 Madeira

Reintrodução do gado nas serras da Madeira proposta pelo PS é uma "falsa questão"

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O Governo Regional, através da Secretaria Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente, vem sublinhar que a proposta de reintrodução do gado nas serras da Madeira de forma "controlada" e "orientada" defendida pelo PS é "uma falsa questão".

O Executivo esclarece que, actualmente, e desde a retirada de ovinos e caprinos asselvajados das serras da Região, cujo epílogo aconteceu em 2003, "nunca deixou de existir gado nas serras", quer sejam animais de Associações e ou Cooperativas de gado das Serras, quer sejam através de inúmeras licenças de apascentação emitidas a título individual, desde que cumpridos os necessários requisitos. "Estes dados demonstram que o gado nunca deixou de estar presente, evidenciando que esta iniciativa é redundante e carece de fundamento técnico", enaltece.

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PS quer que gado volte às serras mas de forma controlada e orientada

O PS defendeu, esta manhã, que o gado deve regressar às serras da Madeira, mas que esse processo deve acontecer de forma controlada e orientada, servindo de prevenção de incêndios e de garantia à segurança das populações, conciliando a protecção do ambiente com a preservação da actividade pastorícia.

Quanto às propostas para o novo regime silvopastoril apresentadas pelo PS, a Secretaria tutelada por Rafaela Fernandes refere que "essas nunca foram aprovadas, porque nada acrescentavam ao diploma em vigor, que presentemente rege a apascentação de animais pecuários".

Importa salientar que a presença de gado nas serras, embora útil em contextos específicos, pode ter impactos negativos significativos quando mal gerida. O pisoteio intensivo e o sobrepastoreio contribuem para a compactação dos solos, diminuindo a sua capacidade de infiltração e aumentando o risco de erosão e deslizamentos de terras. Estas condições representam uma ameaça direta para as populações que vivem a jusante, colocando em risco infraestruturas, habitações e, acima de tudo, vidas humanas. Além disso, a alegação de que o pastoreio contribuirá para a prevenção de incêndios florestais é demasiado simplista e carece de fundamentação científica. A gestão eficaz do risco de incêndios exige uma abordagem integrada, que inclua a manutenção de faixas corta-fogo, a remoção de material combustível e a implementação de práticas modernas de gestão florestal. Colocar gado nas serras, sem uma monitorização rigorosa e constante, não resolve o problema dos incêndios e pode até agravar outras vulnerabilidades ambientais. Secretaria Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente

O Governo salienta que a proposta em questão revela-se, acima de tudo, "uma medida de mediatismo e oportunismo político", que no seu entender foi concebida com vista ao acto eleitoral que se aproxima. "Em vez de promover soluções sustentáveis e baseadas em estudos técnicos, esta iniciativa limita-se a criar ruído mediático, desvalorizando o trabalho já desenvolvido no território e desviando o foco das reais necessidades da Região", pode ler-se no comunicado.

A segurança das populações, a preservação dos ecossistemas e a gestão sustentável dos nossos recursos naturais devem ser prioridades absolutas, orientadas por critérios técnicos e legais rigorosos e não por agendas eleitorais. A Madeira precisa de políticas sérias e integradas, que reforcem as boas práticas existentes e respeitem o equilíbrio entre a proteção ambiental e a actividade humana. Secretaria Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente

O executivo madeirense finaliza o seu esclarecimento lembrando que é "fundamental" que o debate público e as decisões políticas "sejam guiados pela responsabilidade e pela evidência científica, em vez de se deixarem influenciar por estratégias de curto prazo e desprovidas de sustentação técnica".

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