Israel matou 18 combatentes palestinianos em operação na Cisjordânia
O Exército israelita adiantou hoje que matou 18 combatentes palestinianos e deteve cerca de 60 durante os últimos dias em Jenin e Tulkarem, no norte da Cisjordânia ocupada, no âmbito da vasta operação militar que começou na semana passada.
Apoiados por escavadoras, aeronaves e veículos militares blindados, os soldados israelitas lançaram a Operação Muro de Ferro em Jenin e nos arredores, em 21 de janeiro, dois dias após o início de um cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Na cidade de Tulkarem, as tropas israelitas entraram hoje em edifícios que converteram em centros de operações, de acordo com a agência de notícias palestiniana Wafa.
Segundo os meios de comunicação social, as forças israelitas obrigaram as pessoas que estavam nos apartamentos residenciais de um desses edifícios a sair, tendo sido antes interrogados e os seus telemóveis foram verificados.
Tal como aconteceu no campo de Jenin nos dias anteriores, Israel posicionou atiradores em alguns telhados de Tulkarem, na zona da Praça Gamal Abdel Nasser, impedindo as autoridades locais de lidar com os danos causados pela passagem de escavadoras israelitas.
Em Jenin, o exército está a cercar o hospital governamental de Tulkarem e o hospital de Israa, bloqueando o caminho das ambulâncias que tentam aceder ao hospital.
Esta tarde, um homem de 70 anos foi ferido num pé por um tiro israelita no campo de refugiados de Tulkarem e foi detido enquanto era levado para o hospital governamental numa ambulância do Crescente Vermelho, anunciou esta organização.
Além disso, um homem de 56 anos foi levado para o hospital com um ferimento de bala no abdómen, enquanto um homem de 54 anos chegou ao centro médico com ferimentos de estilhaços na cabeça.
Em Jenin, onde a operação começou e já vai no nono dia consecutivo, imagens transmitidas pelos meios de comunicação palestinianos mostram ruas completamente destruídas pela passagem de escavadoras israelitas.
Uma das pessoas mortas durante a operação no passado sábado foi Laila Muhammad Ayman al-Khatib, de dois anos, que foi baleada na cabeça pelas tropas enquanto jantava com a sua família.
As autoridades israelitas iniciaram uma investigação ao incidente, mas acusaram os militantes de "usar escudos humanos" no incidente.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, anunciou hoje que o seu país vai manter uma presença militar no campo de refugiados de Jenin, mesmo após o fim da operação.
"O campo de refugiados de Jenin já não será o que era. Quando a operação terminar, as tropas das FDI [Forças de Defesa de Israel] permanecerão no campo para garantir que o terrorismo não regressa", garantiu Katz durante uma visita às tropas destacadas no local.
A violência na Cisjordânia explodiu durante o começo da guerra na Faixa de Gaza.
Desde outubro de 2023, mais de 860 palestinianos foram mortos pelo Exército israelita ou por colonos, segundo o Ministério da Saúde palestiniano.
Ao mesmo tempo, pelo menos 29 israelitas, incluindo militares, morreram em ataques palestinianos ou em operações do Exército, de acordo com Israel.
A guerra de Gaza foi desencadeada pela ofensiva terrorista do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, com cerca de 1.200 israelitas mortos e cerca de 250 sequestrados, a que se seguiu o bombardeamento do Exército israelita de praticamente toda a Faixa durante mais de 15 meses com mais de 47.000 mortos.