Maduro avisa que poder presidencial jamais cairá nas "mãos de fantoche do imperialismo"
O Presidente Nicolás Maduro avisou hoje que o poder presidencial da Venezuela "jamais cairá nas mãos de um fantoche da oligarquia e do imperialismo", a poucos dias de tomar posse para um terceiro mandato, após uma reeleição fortemente contestada.
"Juro por [Simón] Bolívar, por [Esequiel] Zamora e por Hugo Chávez que esta casa presidencial jamais cairá em mãos de um fantoche da oligarquia nem do imperialismo. Esta casa é a casa do povo. Agora e sempre", afirmou Maduro, num vídeo divulgado na rede social Instagram, em plena contagem decrescente para o dia 10 de janeiro, data prevista para a cerimónia de posse para um novo mandato de seis anos.
No vídeo, Maduro, cuja reeleição nas eleições presidenciais de 28 de julho foi considerada fraudulenta pela oposição e pela comunidade internacional, afirma que no dia 10 de janeiro milhões de venezuelanos vão sair às ruas do país "para prestar juramento pela Venezuela, pela independência".
"O dia 10 de janeiro e os anos vindouros vão ser anos de paz, prosperidade, soberania e independência plena. Vão ser anos de união e de paz. Juro-o desde o coração do povo, como homem e mulher do povo", declarou ainda.
A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente e recandidato Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição afirma que Edmundo González Urrutia (atualmente exilado em Espanha) obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as atas de votação para uma verificação independente.
Só um pequeno grupo de países, entre os quais a Rússia, reconheceu a contestada eleição de Maduro em julho de 2024.
Em novembro passado, os Estados Unidos reconheceram Edmundo González Urrutia como Presidente eleito da Venezuela.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
O CNE da Venezuela ainda não divulgou as atas do sufrágio.