Israel e a Paz no Oriente Médio
A perseguição sofrida pelos judeus, levou a Assembleia Geral da ONU a aprovar a Resolução 181/1947. Esta almejava a divisão da Palestina em dois Estados (um árabe e outro judeu) e conferiu status especial à cidade de Jerusalém. Contudo, esta Resolução foi rejeitada pelos palestinianos, resultando na guerra de 1948. Entretanto, este conflito perdura até os dias de hoje e, se por um lado, o atual Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeita a solução dos dois Estados apoiada pelos EUA, por outro, a criação de Israel em terras palestinianas é referida pelos palestinianos como Nakba (catástrofe).
Para que um Estado seja reconhecido como sujeito de Direito Internacional Público, são exigidos alguns critérios, nomeadamente: nação, governo, território e reconhecimento internacional. No caso da Palestina, em 1974, vários membros da ONU reconheceram a Organização de Libertação da Palestina (OLP) como representante do povo palestiniano. Contudo, a OLP perdeu legitimidade, visto que o povo palestiniano a considera incapaz de defender os seus interesses e de evitar a ocupação e expansão israelita em solo palestiniano, levando à sua derrota pelo Hamas nas eleições palestinianas de janeiro de 2006.
Embora os EUA sejam um aliado tradicional de Israel, têm surgido tensões entre os governos de Biden e Netanyahu. A Política Externa norte-americana no Oriente Médio tem como principais objetivos a reconstrução de Gaza, a normalização das relações entre Israel e os países árabes especialmente com a Arábia Saudita), além da pressão sobre Israel para moderar a sua postura na viabilização de uma alternativa à criação do Estado palestiniano. Neste contexto, destacam-se os Acordos de Abraão (2020), nos quais os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein reconheceram o Estado de Israel. Posteriormente, o Sudão e Marrocos aderiram aos mesmos. Só através da criação de uma aliança defensiva que envolva os EUA, Israel e os países árabes, será possível a paz no Oriente Médio.
De igual modo, considerou-se a possibilidade de uma Força Multinacional de Paz e Observadores em Gaza, liderada pelos EUA, mas dirigida no terreno pelos Estados árabes. Não obstante, os Estados árabes não mobilizarão forças enquanto persistir a ocupação israelita na Faixa de Gaza.
Por outro lado, no Médio Oriente, observa-se uma aproximação entre a Rússia, o Irão e a China, unidos por um inimigo comum: os EUA.
Em suma, a normalização das relações de Israel com o mundo árabe, a aceitação por parte de Israel da constituição do Estado palestiniano e o reconhecimento do Estado de Israel pelos países árabes, são condições essenciais para a construção de uma paz duradoura no Médio Oriente