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Número de jornalistas presos pelo mundo aumenta para 550 em 2024

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O número de jornalistas presos em todo o mundo subiu em 2024 para 550, que compara com 521 no final do ano anterior, maioritariamente devido à perseguição na Rússia e em Israel, avançou hoje a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Num comunicado divulgado hoje, a RSF sublinha que foram libertados 10 jornalistas em 2024, mas relembra que "a prisão continua a ser um dos meios preferidos pelos 'predadores' da liberdade de imprensa".

O diretor-geral da organização, Thibaut Bruttin, afirma que a RSF continuará a mobilizar-se em 2025 para permitir que todos tenham "acesso a uma informação livre e independente".

Este acréscimo do número de jornalistas presos é responsabilidade de Israel - com mais 17 jornalistas - e da Rússia com mais oito.

Israel é o país que mais jornalistas prendeu desde o início do conflito na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, e tornou-se, nas palavras da Repórteres Sem Fronteiras, "a terceira maior prisão do mundo para jornalistas", com 41 detidos.

Apenas a China com 124 jornalistas presos, incluindo 11 em Hong Kong, e Myanmar (antiga Birmânia) com 61 estão à frente de Israel, a quem se segue a Bielorrússia, com 40, e entre si, estes quatro países representam metade dos jornalistas detidos em todo o mundo.

Entre as dez libertações ocorridas no ano passado, a RSF destaca a mais mediática, a do fundador da Wikileaks, Julian Assange, em 24 de junho, que estava preso no Reino Unido.

Os Estados Unidos tinham a intenção de julgá-lo pelos mais de 250 mil documentos secretos militares e diplomáticos que o Wikileaks publicou em 2010, sob acusações que teoricamente poderiam levar a uma pena de 175 anos, mas entretanto o fundador da Wikileaks chegou a acordo com a justiça norte-americana.

Julian Assange foi formalmente libertado na sequência de se ter declarado culpado da acusação de conspiração pela divulgação dos documentos confidenciais.

A organização refere ainda o caso dos jornalistas norte-americanos Alsu Kumasheva e Evan Gershkovich, que puderam sair da prisão e deixar a Rússia no âmbito de uma troca de prisioneiros entre Moscovo e vários países ocidentais.

A mesma troca de prisioneiros permitiu também a libertação, na Polónia, de Pablo Gonzalez, de dupla nacionalidade russo-espanhola, que trabalhou durante anos como jornalista para meios de comunicação ocidentais, sobretudo espanhóis.

Na lista das 10 "grandes" libertações de Repórteres sem Fronteiras, figura a do guatemalteco José Rubén Zamora, fundador e diretor do elPeriódico, libertado provisoriamente em 18 de outubro.

José Zamora, galardoado com o prémio independência 2023 da RSF, que já passou mais de 800 dias atrás das grades, aguarda agora uma decisão do Supremo Tribunal da Guatemala, uma vez que a sua liberdade provisória foi revogada apenas um mês depois de ter sido concedida.