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Madeira

Primeiro dia da greve dos Técnicos de Apoio à Infância com adesão superior a 75%, diz sindicato

Trabalhadores reivindicam o fim da substituição das educadoras de infância nos períodos de interrupção, devido à sobrecarga de trabalho que daí resulta

Ricardo Frade Gouveia (ao centro), presidente da Secção Regional da Madeira do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública
Ricardo Frade Gouveia (ao centro), presidente da Secção Regional da Madeira do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública, Foto MP

O primeiro dia da greve dos Técnicos de Apoio à Infância da Administração Pública Regional registou uma participação superior a 75% num universo de entre 300 a 400 trabalhadores, revelou o presidente da Secção Regional da Madeira do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública, Ricardo Frade Gouveia.

Durante uma conferência de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira, 2 de Janeiro, junto ao Infantário Girassol, o sindicalista explicou que a paralisação de dois dias visa "lutar por carreiras dignas, pela reposição e pela conquista de direitos". 

Entre as reivindicações dos Técnicos de Apoio à Infância constam: a valorização remuneratória; a clarificação do conteúdo funcional; a defesa do superior interesse das crianças; o fim da atribuição de tarefas de limpeza geral; o reconhecimento do acentuado desgaste físico e psicológico do exercício das funções; o fim da substituição das educadoras de infância nos períodos de interrupção, devido à sobrecarga de trabalho que daí resulta; e o direito às pausas nas interrupções do ano lectivo.

"Conseguimos que a Madeira fosse pioneira na criação da carreira especial de Técnico de Apoio à Infância, mas, como tudo na vida, é preciso dar mais um passo, é preciso evoluir", alertou Ricardo Frade Gouveia. 

A paralisação de dois dias acontece numa altura em que os educadores de infância gozam do período de interrupção lectiva e em que os Técnicos de Apoio à Infância ficam "sozinhos com as crianças". 

"Muitas vezes ficam uma ou duas técnicas com 20 ou 25 crianças, o que é inadmissível tendo em conta as funções e o desgaste que elas sofrem durante o ano lectivo", expôs o sindicalista, que criticou o facto de o apoio à família não ser exclusivo aos agregados que realmente precisam: "Há uma falta de regras no que diz respeito à prestação do serviço de apoio à família, que é um serviço social que a Região deve continuar a fazer, mas deve dirigi-lo às famílias que verdadeiramente necessitem, às famílias que estão impossibilitadas, fundamentadamente, de estar com os seus filhos, designadamente por motivos profissionais, de doença ou outra causa justificativa".