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Famílias de reféns acolhem com "alegria e alívio" acordo de cessar-fogo em Gaza

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As famílias dos reféns do movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza acolheram hoje com "enorme alegria e alívio" o acordo de cessar-fogo no enclave, que prevê a libertação daqueles que ainda lá se encontram em cativeiro.

"É um importante passo em frente que nos aproxima do regresso de todos os reféns: os vivos, para reabilitação e os mortos, para um enterro adequado. Mas acompanha-nos uma profunda ansiedade e preocupação pela possibilidade de o acordo não ser cumprido na totalidade, deixando alguns reféns para trás", afirmou o Fórum das Famílias de Reféns num comunicado.

Os familiares referem-se à aplicação faseada do acordo, que prevê, numa primeira fase, a libertação de 33 reféns, com prioridade para crianças, mulheres e idosos.

O primeiro-ministro do Qatar confirmou hoje um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, após 15 meses de conflito, avançando que a trégua deverá entrar em vigor no domingo.

O anúncio de Mohammed bin Abdulrahman Al Thani ocorreu em Doha, capital do Qatar, país mediador e que tem acolhido as negociações minuciosas indiretas que decorrem há várias semanas.

O líder do Qatar referiu que o acordo alcançado abre o caminho para dezenas de reféns israelitas regressarem a casa, confirmando a libertação de 33 reféns israelitas durante a primeira fase da trégua na Faixa de Gaza, cenário de uma guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas desde 07 de outubro de 2023.

No comunicado divulgado após o anúncio do acordo, o Fórum das Famílias de Reféns manifesta "profunda gratidão" ao Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, e ao chefe de Estado cessante, Joe Biden, a ambas as administrações e aos mediadores internacionais pelo sucesso alcançado hoje.

"Desde novembro de 2023 que aguardamos ansiosamente por este momento", sublinharam.

Em declarações em Washington, Biden assegurou ainda que os reféns norte-americanos serão libertados como parte do acordo, que prevê a libertação, em várias fases, de dezenas dos detidos pelo Hamas e de centenas de prisioneiros palestinianos em Israel.

Segundo o Presidente cessante, o acordo entre Israel e o Hamas inclui um "cessar-fogo total e completo", seguido, numa segunda fase, de um "fim permanente da guerra".

"A primeira fase durará seis semanas. Inclui um cessar-fogo total e completo, a retirada das forças israelitas de todas as zonas povoadas de Gaza e a libertação dos reféns do Hamas", disse o Presidente norte-americano.

"Durante as próximas seis semanas, Israel negociará os termos necessários para alcançar a segunda fase, que é o fim permanente da guerra", acrescentou.

O acordo também permitirá a entrada da ajuda humanitária no território devastado por 15 meses de guerra.

Os familiares dos reféns fizeram ainda um "apelo urgente" para que sejam tomadas medidas para garantir que todas as fases do acordo são cumpridas.

"Não descansaremos enquanto não virmos o último refém em casa", insistiram.

Dos 251 reféns capturados pelo Hamas a 07 de outubro de 2023, 94 permanecem dentro da Faixa, 34 deles confirmados como mortos.

Quatro reféns foram libertados pelo Hamas em outubro e oito resgatados pelo Exército israelita, que recuperou ainda os corpos de 40 reféns; três foram mortos por tiros de tropas israelitas.

Desde o início da guerra, Israel e o Hamas só conseguiram chegar a um acordo de tréguas de uma semana no final de novembro, que permitiu a libertação de 105 reféns --- 81 israelitas e 24 estrangeiros --- em troca de 240 prisioneiros palestinianos.