Alto dirigente do Hamas confirma aval a cessar-fogo em Gaza
Um alto dirigente do Hamas confirmou hoje que o grupo islamita palestiniano deu aval ao acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza com Israel e à libertação dos reféns que mantém em sua posse.
A aceitação do Hamas ao acordo, nas negociações que decorrem em Doha, foi confirmada por Basem Naim, citado pela imprensa israelita, e a cadeia televisiva al-Jazeera também obteve junto do grupo palestiniano a indicação da sua luz verde ao entendimento.
Embora Israel ainda não tenha confirmado oficialmente a sua anuência ao acordo, milhares de palestinianos celebraram na Faixa de Gaza hoje à noite as primeiras notícias de um cessar-fogo, ao fim de mais de 15 meses de guerra.
Em Deir el-Balah, no centro do pequeno território, centenas de pessoas demonstraram a sua alegria em frente ao Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, dançando ou agitando bandeiras palestinianas, segundo um jornalista da agência France Presse (AFP).
Várias manifestações espontâneas semelhantes ocorreram noutros locais, de acordo com jornalistas da AFP no local ou testemunhas contactadas por telefone.
No entanto, o gabinete de comunicação social do Governo local, controlado pelo Hamas, está a dizer aos habitantes do enclave para não se manifestarem até ao início oficial do cessar-fogo.
"O Gabinete de Imprensa do Governo apela aos cidadãos para que não se movam antes do início oficial do cessar-fogo e para que obtenham informações sobre o momento do cessar-fogo de fontes oficiais", recomendou o executivo em comunicado de imprensa.
Mediadores das negociações indicaram hoje às agências internacionais que Israel e Hamas aceitaram um acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza que prevê também a libertação de reféns em posse do grupo islamita em troca de prisioneiros palestinianos nas cadeias israelitas.
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, apressou-se a confirmar que o Governo de Israel e o Hamas chegaram a um acordo sobre a libertação dos reféns israelitas, que será publicado "em breve".
"Temos um acordo sobre os reféns", saudou Trump, que toma posse no próximo dia 20.
O acordo prevê também que centenas de milhares de pessoas deslocadas na Faixa de Gaza regressem ao que resta das suas casas e o aumento da ajuda humanitária no enclave.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada em 07 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas invadiram o sul de Israel e mataram perto de 1.200 pessoas e levaram cerca de 250 como reféns.
A retaliação em grande escala de Israel já provocou mais de 46 mil habitantes na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais, e deixou o território destruído e mergulhado numa grave crise humanitária.