Israel e Hamas acordam cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns
Israel e Hamas aceitaram hoje um acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza que prevê também a libertação de reféns, indicaram fontes próximas das negociações às agências noticiosas France-Presse (AFP) e Associated Press (AP), que citam mediadores.
O acordo, que acontece após semanas de negociações meticulosas na capital do Qatar, promete a libertação de dezenas de reféns israelitas mantidos pelo Hamas em várias fases, a libertação de centenas de prisioneiros palestinianos em Israel e permitirá que centenas de milhares de pessoas deslocadas em Gaza regressem ao que resta das suas casas.
Também permitirá a entrada da ajuda humanitária muito necessária na Faixa de Gaza.
O acordo põe, para já, fim a uma devastadora guerra de 15 meses na Faixa de Gaza e aumenta a possibilidade de acabar com os combates mais mortais e destrutivos entre as duas partes.
As autoridades do Qatar e do Hamas confirmaram que um acordo foi alcançado, enquanto Israel ainda não comentou.
O acordo ainda precisa ser aprovado pelo Gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, mas deve entrar em vigor nos próximos dias.
Espera-se que o acordo forneça uma interrupção inicial de seis semanas nos combates, que deve ser acompanhada pela abertura de negociações para encerrar a guerra por completo.
Ao longo de seis semanas, 33 dos quase 100 reféns ainda em mãos do Hamas serão libertados após meses em cativeiro sem contacto com o mundo exterior, embora não esteja claro se todos estão vivos.
Por esclarecer está ainda quando e quantos palestinianos deslocados poderão regressar ao que resta das suas casas e se o acordo levará ao fim completo da guerra e à retirada total das tropas israelitas de Gaza -- as principais exigências do Hamas para libertar os restantes refém em cativeiro.
Muitas questões de longo prazo sobre Gaza no pós-guerra permanecem, incluindo quem governará o território ou supervisionará a difícil tarefa de reconstrução.
Ainda assim, o anúncio de um cessar-fogo oferece o primeiro sinal de esperança em meses de que Israel e o Hamas podem pôr fim à guerra mais mortal e destrutiva que já travaram, um conflito que desestabilizou o Oriente Médio em geral e desencadeou protestos em todo o mundo.
O Hamas desencadeou a guerra após atacar Israel a 07 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 israelitas e sequestrando cerca de 250.
Israel respondeu com uma ofensiva que matou mais de 46.000 palestinianos, de acordo com as autoridades de saúde locais, controladas pelo Hamas, e forçou a deslocação de cerca de 90% da população de Gaza, desencadeando uma crise humanitária.
Mais de 100 reféns foram libertados de Gaza numa trégua de uma semana em novembro de 2023.