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A Guerra Mundo

Moscovo anuncia libertação de 25 prisioneiros ucranianos em troca de 25 russos

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A Rússia anunciou hoje uma nova troca de prisioneiros de guerra com a Ucrânia, envolvendo 25 soldados ucranianos e 25 militares russos, a pouco mais de um mês do conflito completar três anos.

"Na sequência de um processo de negociação, 25 soldados russos foram repatriados do território controlado pelo regime de Kiev. Em troca, 25 prisioneiros de guerra das forças armadas ucranianas foram transferidos" para a Ucrânia, afirmou o Ministério da Defesa russo numa declaração publicada na rede social Telegram.

A Rússia e a Ucrânia já organizaram diversas trocas de prisioneiros de guerra desde o início do conflito, que se tornaram mais frequentes após a ofensiva surpresa da Ucrânia na região fronteiriça russa de Kursk em agosto passado, que levou à captura de centenas de soldados russos.

No final de dezembro de 2024, regressaram à Ucrânia 189 ucranianos detidos na Rússia e 150 soldados russos foram igualmente libertados, numa troca de prisioneiros com Moscovo mediada pelos Emirados Árabes Unidos.

Muitos dos prisioneiros de guerra regressados permaneceram detidos na Rússia durante mais de dois anos e meio e sofreram doenças em consequência dos seus ferimentos graves, informou a sede de coordenação ucraniana para o tratamento dos prisioneiros de guerra.

A 20 de dezembro, a Rússia recuperou os restos mortais de 42 soldados mortos em combates com as forças ucranianas, e entregou à Ucrânia os corpos de 503 pessoas.

Também hoje as autoridades russas acusaram a Ucrânia de oferecer recompensas de até um milhão de dólares (cerca de 970.500 euros) aos militares russos destacados na província de Donetsk (leste ucraniano) para abandonarem as suas posições nesta região, que tem sido cenário de avanços das tropas de Moscovo.

Em comunicado, o Serviço Federal de Segurança (FSB), um dos ramos dos serviços secretos da Rússia, afirmou que os seus agentes "travaram uma operação" de Kiev que incluía a oferta de recompensas aos militares russos para "abandonarem as suas posições na cidade de Gorlovka".

"As intenções da Direção Principal dos Serviços de Informações do Ministério da Defesa ucraniano foram rapidamente identificadas pelos serviços militares de contra-informação do FSB", indicou o organismo russo, referindo que os militares receberam 100.000 dólares (cerca de 97.050 euros) de Kiev como "um adiantamento".

O FSB sublinhou ainda que "durante as atividades operacionais, foram localizadas áreas de concentração das unidades das Forças Armadas ucranianas", o que permitiu ao exército russo "realizar ataques preventivos de mísseis e artilharia em rotas de movimento identificadas".

"O inimigo sofreu perdas humanas e materiais significativas", afirmou o FSB, acrescentando que os fundos alegadamente entregues por Kiev "foram utilizados para comprar equipamento e recursos técnicos em benefício das unidades que participam na operação militar especial", nome dado por Moscovo à invasão da Ucrânia.

As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.