Irão reúne com a UE e discute programa nuclear e o conflito em Gaza
O Irão e a União Europeia (UE) realizaram hoje mais um dia de conversações em Genebra sobre o programa nuclear iraniano, as sanções internacionais contra Teerão e o conflito de Gaza.
As discussões "abertas e construtivas" giraram em torno do eventual levantamento das sanções, mas também debateram "o apoio europeu aos crimes de Israel em Gaza", disse o vice-ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Kazem Gharibabadi, na sua conta X.
O vice-ministro e o seu homólogo Majid Ravanchi representaram o Irão, enquanto Enrique Mora, subsecretário-geral do Serviço Europeu para a Ação Externa, representou a UE.
Na segunda-feira, os vice-ministros iranianos realizaram outra ronda de contactos, com questões semelhantes na ordem de trabalhos, com delegações da França, do Reino Unido e da Alemanha, numa atmosfera "séria, franca e construtiva", disse Gharibabadi.
O formato das reuniões consecutivas com a UE e as três potências europeias repete o formato utilizado em novembro passado, também em Genebra.
Nesta ocasião, estes contactos realizam-se apenas uma semana antes da tomada de posse de Donald Trump como presidente dos EUA, com incertezas sobre se irá adotar uma política mais dura em relação a Teerão.
Em 2018, durante o anterior mandato de Trump, os Estados Unidos abandonaram o acordo que limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções.
Ainda hoje o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, assegurou que o a Rússia e o Irão iriam assinar o Acordo de Parceria Estratégica Global e que o mesmo não é dirigido contra nenhum país, referindo-se aos Estados Unidos.
"O acordo, tal como o que temos com a Coreia do Norte, não é dirigido contra nenhum outro país e tem um caráter construtivo", disse Lavrov numa conferência de imprensa em Moscovo.
As relações entre a Rússia e o Irão têm-se vindo a fortalecer nos últimos anos, especialmente no contexto da guerra na Ucrânia, onde Moscovo é apoiado por Teerão, que terá fornecido 'drones' e até mísseis ao lado russo.
Em novembro, Teerão e Moscovo interligaram os sistemas bancários para impulsionar o comércio e as transações financeiras, numa tentativa de fazer face às sanções económicas dos Estados Unidos e dos países europeus.