ABAMA lamenta "desnorteio, desconhecimento e má-fé" da gerência da GESBA
A Associação de Produtores de Banana da Madeira (ABAMA) lamentou "o desnorteio, o desconhecimento e a má-fé da gerência da GESBA", ao afirmar que foi essa empresa que "concebeu uma linha de crédito para o adiantamento das ajudas comunitárias aos produtores a banana da Madeira".
Num comunicado enviado à imprensa, a associação indica que essa linha foi criada ainda na década de 90 pelas organizações de produtores, pelo que a ABAMA considera que a GESBA "cumprimenta com chapéu alheio". "
“Não somos arma de arremesso político para a falta de capacidade de gerir a única empresa do sector", aponta Antonino de Abreu. O presidente da ABAMA afirma que a GESBA foi criada com "a falsa promessa de resolver os problemas do sector da banana da Madeira", mas que " na realidade foi constituída para escravizar e monopolizar o sector da banana".
O produtor explica que "em 2005 a banana era paga ao produtor por categoria, sendo que a Banana extra era paga a 0,60€/kg, a Banana de primeira a 0,51€/kg e a Banana de segunda a 0,30€/kg, sendo então somada a ajuda comunitária; só a partir de 17 de maio de 2024 a GESBA começou a pagar a Banana extra a 0,64€/kg, a Banana de primeira a 0,26€/kg, a Banana de segunda a 0,156€/kg e os bagos a 0,046€/kg, sendo então somada a ajuda comunitária, ou seja, 19 anos depois das cooperativas, a GESBA ainda paga menos 0,25€/kg pela banana de primeira e menos 0,15€/kg pela banana de segunda categoria; é um verdadeiro assalto aos bananicultores".
Como é possível afirmar publicamente que a GESBA paga em média 1€/kg de banana? Sabendo que o seu esforço financeiro por kg de banana extra é de 0,64€/kg, que pela de primeira é de 0,26€/kg, que pela de segunda é de 0,156€/kg e que pelos bagos de 0,046€/kg!! É o efeito da multiplicação??? A ajuda comunitária é à produção e não à venda!! É importante informar a todos os agricultores e ao público em geral que o valor pago ao produtor de banana, por categoria, é inferior em média 0,20€/kg em relação ao ano 2005. Antonino de Abreu
A ABAMA afirma ser necessário reforçar que, na Madeira, criou-se uma situação única no espaço europeu, "permitindo a comercialização de produtos agrícolas por uma empresa pública, e não por uma organização ou agrupamento de agricultores, à semelhança daqueles que havia no regime de Salazar".
Antonino de Abreu questiona ainda "como é possível que a GESBA receba a ajuda comunitária para a fileira da banana e seja a mesma a gerir, fiscalizar e atribuir a ajuda sem a fiscalização de uma identidade externa".
"E é disto que a gerência da GESBA se orgulha na retenção do dinheiro dos agricultores e do voltar ao passado?", atira, acrescentando que a ABAMA está apostada em defender apenas os interesses dos produtores da banana da Madeira.