Venezuela pede à Interpol captura de opositor Leopoldo López
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou hoje que o Ministério Público solicitou um mandado de captura e um alerta vermelho da Interpol contra Leopoldo López, político da oposição radicado em Espanha.
Em conferência de imprensa em Caracas, Saab qualificou López, líder do partido Vontade Popular, de "reincidente em ações criminosas" para justificar o pedido à Interpol pelos "crimes de instigação a ações armadas contra a República".
O procurador-geral acusou ainda López e a oposição venezuelana de "se juntaram" ao apelo feito no sábado pelo antigo Presidente da Colômbia Álvaro Uribe (2002-2010) para uma "intervenção internacional" na Venezuela, endossada pelas Nações Unidas, para afastar Nicolás Maduro do poder.
"Juntou-se a um apelo para banhar o país em sangue, após os apelos de [Álvaro] Uribe e [Iván] Duque (ex-Presidente da Colômbia). As Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela (FANB) já os condenaram (...) eles recorrem à convocação da FANB para participar de uma ação criminosa contra o país".
Saab iniciou a conferência de imprensa fazendo referência ao apelo "a uma intervenção estrangeira" feito por Álvaro Uribe e explicou que as autoridades "não permitirão apelos a intervenções militares, de parte de personalidades estrangeiras e nacionais que se juntem para querer banhar a Venezuela em sangue".
No sábado, o ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe (2002-2010) pediu uma intervenção internacional, apoiada pelas Nações Unidas, para afastar o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, do poder.
O pedido ocorreu um dia depois de Maduro tomar posse para um novo mandato de seis anos, apesar de a oposição contestar os resultados das últimas eleições presidenciais no país.
Uribe apelou ainda às Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela para que "cumpram as suas funções de acordo com a Constituição" venezuelana e "ajudem a desalojar a ditadura".
Pouco depois, Maduro disse que "a Venezuela tem--se preparado, juntamente com Cuba, com a Nicarágua (...) para que, se um dia tiver de pegar nas armas para defender o direito à paz, o direito à soberania e os direitos históricos da nossa pátria, possa travar a batalha e voltar a ganhá-la".