Ataques israelitas matam mais de 50 pessoas na cidade de Gaza segundo autoridades
Uma série de ataques israelitas matou hoje mais de 50 pessoas em Gaza, no norte do território palestiniano, segundo as equipas de socorro locais.
De acordo com o porta-voz da Defesa Civil da Faixa de Gaza, Mahmoud Bassal, os ataques visaram a maior cidade do território durante todo o dia, atingindo "escolas, casas e até aglomerações".
Um desses ataques matou onze pessoas e feriu várias outras numa casa no bairro de Shujaiya, e outro visou um grupo de palestinianos, matando sete deles na rua Al-Maamal, segundo a Defesa Civil.
Cinco pessoas foram também mortas num ataque a uma escola no bairro de Al-Darraj, de acordo coma mesma fonte.
"Não há espaço nos hospitais para receber os feridos", declarou Mahmoud Bassal à AFP.
Estes bombardeamentos ocorrem numa altura em que tanto as autoridades israelitas como as do Hamas anunciaram progressos no sentido de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, juntamente com a libertação de reféns detidos no território desde o ataque que desencadeou a ofensiva.
O emir do Qatar reuniu-se hoje com representantes dos Estados Unidos para negociar o cessar-fogo de um conflito que, segundo um estudo publicado na revista "The Lancet", já matou 3% da população em Gaza.
O mesmo estudo realizado pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM), divulgado na quinta-feira passada, estima em 64.260 o número de mortos em Gaza entre 07 de outubro de 2023 - data do início da ofensiva, após o ataque do Hamas contra Israel - e 30 de junho de 2024.
A investigação da LSHTM aponta para mais 26.383 vítimas mortais do que as 37.877 mortes registadas pelas autoridades palestinianas nesse período.
O possível acordo de cessar-fogo a ser negociado prevê três fases, a começar pela libertação de 34 reféns em troca de um número de prisioneiros palestinianos a determinar, e na constituição de um novo governo na Faixa de Gaza, o que culminaria na reconstrução do enclave.
Dos 240 reféns capturados pelo Hamas apenas 8 foram recuperados com vida, 40 corpos foram recuperados pelo exército israelita e três morreram após terem sido baleados por soldados israelitas, na sequência de tiroteios, enquanto escapavam aos captores.