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Madeira

"'Lata' é não resolver falta de medicamentos, altas problemáticas e esbanjar milhares em canecas"

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O JPP abordou, hoje, numa conferência de imprensa junto ao Hospital Dr. Nélio Mendonça, uma série de questões relacionadas com a Saúde e, dirigindo-se ao Secretário Regional da Saúde, afirma que "lata tem quem, em setembro de 2024, prometeu, numa cerimónia pública, que iria contratar mais 200 enfermeiros até ao fim do ano e não o fez".

Além disso, acrescenta que "lata tem quem não consegue organizar, há anos a fio, o stock da farmácia hospitalar para acabar com a crónica falta de medicamentos, mas esbanja quase 50 mil euros do orçamento da Saúde em 6.200 canecas personalizadas, o que revela muito bem o sentido das prioridades deste senhor". É desta forma que o partido responde às declarações de Pedro Ramos que, este fim-de-semana, utilizou o termo "lata" para a oposição em relação ao chumbo do Orçamento da Região.

"É preciso ter lata" atira Pedro Ramos aos líderes da oposição

Pedro Ramos foi corrosivo, principalmente com os lideres dos partidos da oposição que derrubaram o Governo Regional.

“Tem muita lata quem utilizou o seu telemóvel pessoal para oferecer cuidados de saúde a militantes do PSD pedindo-lhes que votassem em Miguel Albuquerque nas eleições internas”; “lata tem quem permanece impune perante a ofensa ignóbil, que foi chamar de ‘anormais, incompetentes e canalhas’, os madeirenses e porto-santenses que pensam diferente do pensamento único de Miguel Albuquerque e Pedro Ramos”, diz a vice-presidente da bancada parlamentar do JPP.

A dirigente do JPP afirma que estes problemas demonstram a má gestão do Serviço Regional de Saúde da Região (SESARAM) “em particular no sector dos fármacos, que ano após ano, prejudica os doentes, principalmente os crónicos e os oncológicos, dependentes da farmácia do hospital, que veem a sua rotina de tratamento ser alterada devido ao mau planeamento e aos atrasos no pagamento a fornecedores, problema crónico nas sucessivas gestões do governo PSD”.

Com que ‘lata’, e estou a citar o senhor Secretário Pedro Ramos, encara os madeirenses e porto-santenses que veem a sua saúde sendo colocada em risco devido à falta de uma gestão qualificada e competente? Com que ‘lata’ vem Vossa Excelência responsabilizar a oposição quando omite as medidas que tinham sido tomadas para resolver esta situação? Seja directo e transparente: publique no site do SESARAM as dívidas a fornecedores de produtos químicos e farmacêuticos, produtos vendidos nas farmácias, material de consumo clínico e de serviços de saúde? Publique ainda os relatórios da farmácia do hospital que reflitam os níveis de procura e oferta de medicação? Pela primeira vez, senhor Secretário, tenha coragem, chegue-se à frente e atue com transparência. Não espere que sejam os tribunais, mais uma vez, a obrigá-lo. Patrícia Spínola

A deputada acusa Pedro Ramos de embrulhar a população “com desculpas que se acumulam, ano após ano, e respostas que, pela sua opacidade, são desrespeitosas daqueles que têm a dor por companhia diariamente e se socorrem das migalhas que dão para um mês, quando a farmácia hospitalar as consegue dispensar, e assim se arrasta o problema mais umas semanas e andamos nisto há anos, numa impreparação atroz de quem trata deste sector”.

Por isso, pede à população que esteja atenta  “às mentiras” do Governo Regional, de Miguel Albuquerque e Pedro Ramos, pois “quem brinca desta maneira com a saúde das pessoas não pode continuar a merecer a confiança das populações, tem de ir embora e dar o lugar a quem quer trabalhar para resolver os problemas da saúde”.

“A sistemática rutura de medicamentos na farmácia hospitalar não é fruto do chumbo do orçamento regional nem do avião que não aterrou na data prevista, é tão-somente uma desmesurada capacidade de esbanjar e não distinguir o essencial do assessório”, frisa a deputada. “Não foi o chumbo do orçamento que provocou as centenas de altas problemáticas, que mantêm as macas presas nas urgências ou doentes a aguardar vaga de internamento, não foi o chumbo do orçamento que permitiu acabar, anos a fio, o stock de medicação e equipamento básico. Não foi o chumbo do orçamento que não permite contratar enfermeiros, estavam previstos, no orçamento anterior, anunciado em setembro de 2024, a contratação de 200 enfermeiros. Não houve procedimento para nem um. O chumbo do orçamento é o culminar de 48 anos de ‘muita lata’ a esbanjar o que não é seu”.

Em conclusão, sublinha o JPP “o PSD só não aposta na Saúde porque não lhe interessa alterações orçamentais que prejudiquem outros negócios”.