Pelo menos oito mortos em ataque israelita em Gaza
Pelo menos oito pessoas, incluindo duas crianças, foram hoje mortas num ataque israelita a uma escola que servia de abrigo a deslocados em Jabalia, norte de Gaza, e 30 pessoas ficaram feridas, das quais 19 menores, disseram fontes palestinianas.
Por seu lado, militares israelitas indicaram que "as Forças de Defesa de Israel realizaram um ataque preciso contra terroristas num centro de comando e controlo que anteriormente serviu como escola Halawa em Jabalia".
Segundo Israel, a escola era utilizada pelo grupo islâmico palestiniano Hamas para "planear e executar ataques contra as tropas e o Estado de Israel".
"A organização terrorista Hamas viola sistematicamente o direito internacional, ao mesmo tempo que explora as infraestruturas civis e a população de Gaza como escudos humanos para atividades terroristas", disseram.
Jabalia é ainda alvo de uma das piores ofensivas militares em 15 meses de guerra, que começou no norte da Faixa de Gaza há três meses e fez pelo menos 4.800 mortos e desaparecidos.
Em 15 meses de guerra, o número de mortos ultrapassou os 46 mil e o número de feridos os 109 mil, com mais de 11 mil desaparecidos, de acordo com dados oficiais do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
Na Cisjordânia ocupada, perto de Ramallah, vários palestinianos ficaram feridos hoje durante um ataque de colonos na cidade de Turmusaya, no quarto ataque deste tipo esta semana.
Os colonos invadiram a cidade escoltados pelas forças do exército israelita, informou a agência de notícias oficial palestiniana Wafa, acrescentando que duas pessoas ficaram feridas por balas de metal revestidas de borracha disparadas pelos soldados e por pedras atiradas pelos colonos.
Um palestiniano, Amar Al Quq, de 29 anos, foi detido pelas forças israelitas, segundo a Wafa, e não houve detenções entre os colonos.
Foi o quarto dia consecutivo em que colonos atacaram aldeias palestinianas na Cisjordânia, depois de arrasarem e queimarem terras nas aldeias de Al Mughair e Khirbet Abu Falah, além da cidade de Turmusaya há quatro dias.
Em 2025, até ao momento, 18 palestinianos na Cisjordânia ficaram feridos pela violência dos colonos, segundo dados do OCHA (Gabinete das Nações Unidas para Emergências Humanitárias), que documentou pelo menos 14 destes atos de vandalismo.
Em Abu Falah, na quinta-feira à noite, foi feito um 'graffiti' num muro com as palavras "'Funduk' de vingança", referindo-se ao colonato perto de Nablus, no norte da Cisjordânia, onde dois palestinianos abriram fogo contra um autocarro que transportava colonos, na segunda-feira, matando três e ferindo cerca de oito.
Nenhum israelita foi detido até agora por estes repetidos ataques de colonos contra alvos palestinianos, enquanto o Departamento de Investigação Interna da Polícia israelita anunciou, na terça-feira, uma investigação sobre um polícia sénior que recusou deliberadamente investigar ataques violentos de colonos contra palestinianos na Cisjordânia.
O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, um colono e extremista responsável pela polícia, negou a violência dos colonos como um fenómeno e até defendeu estes atos, que se intensificaram desde que tomou posse, há dois anos.