Nuno Morna critica actual coordenação da IL e exige que o deixem em paz
Deputado pede que o seu nome não seja invocado até ao dia das próximas eleições
Nuno Morna afirma que, nos últimos dois dias, o coordenador da Iniciativa Liberal Madeira, invocou o seu nome "com uma desfaçatez" que faz questão de sublinhar. O deputado eleito à Assembleia Legislativa afirma que Gonçalo Maia Camelo cometeu "imprecisões gritantes, que só por manifesta má-fé podem ter passado pela sua cabeça". Morna pede mesmo que o esqueçam.
Num comunicado enviado à comunicação social, o parlamentar esclarece que, no âmbito da alteração à lei eleitoral, a representação parlamentar da IL não apresentou qualquer Projecto de Resolução no que diz respeito ao voto antecipado e em mobilidade. "Aliás, tal iniciativa seria de um simbolismo fútil, sem efeitos práticos", considera.
Esclarece que o que foi feito, por duas ocasiões nas duas últimas legislaturas, foi submeter à Assembleia da República uma Proposta de Lei, "cujas consequências concretas se fizeram sentir ontem, com a aprovação unânime no Parlamento Nacional, o que muito me apraz".
"Convém ainda esclarecer que as alterações agora aprovadas na Assembleia da República, no que diz respeito ao voto antecipado e em mobilidade, tal como previamente validadas pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira por unanimidade, resultam dessa mesma Proposta de Lei da Iniciativa Liberal. Fica, pois, patente o desconhecimento ou o deliberado obscurecimento por parte do Coordenador da IL Madeira quanto às diferenças fundamentais entre um mero projecto de resolução e uma proposta legislativa que, vinculando juridicamente, produz resultados efectivos. E é por isso que vamos ter voto antecipado e em mobilidade", aponta Nuno Morna. O deputado acrescenta que "é um erro flagrante afirmar o contrário, insinuando que a Representação Parlamentar carece de noção do seu papel legislativo. Não sei o que se pretende com semelhante disparate, mas seguramente não é honrar a verdade ou o trabalho parlamentar".
Nuno Morna, que outrora foi o coordenador regional do partido, refere-se também ao "novo ciclo", dizendo que este "não deveria significar práticas inertes, muito menos um recomeço vazio".
Foi um clamor quase apocalíptico por parte de quem agora assume as rédeas do partido na Região, rodeado de pessoas que justificavam a substituição da liderança com o falhanço eleitoral de Maio de 2024, que não nos permitiu eleger dois deputados. Um facto, sim. Contudo, não é agora admissível que o novo ciclo se limite a uma gestão de “serviços mínimos”. A quem se arvorou em crítico das estratégias anteriores, mas não fez mais do que atirar pedras, impõe-se agora uma obrigação: alcançar, finalmente, o tão ambicionado grupo parlamentar. Nada menos. Nuno Morna
O parlamentar agradece os elogios ao seu trabalho, mas aponta que este é fruto de um colectivo. "O trabalho foi sempre colectivo, contando com uma equipa indispensável e o apoio de muitos, que, por opção ou decoro, preferiram o anonimato. Até junho do ano passado, foi a anterior Coordenação quem deu um suporte essencial; da actual direcção do partido, nunca houve um único gesto de colaboração. Nunca. Pelo contrário: o que fizeram foi atrapalhar. E atrapalhar com zelo", critica.
Por outro lado, esclarece que foi fundador do partido a nível nacional, pertencendo a um grupo restrito, não sendo apenas o fundador do partido na Região. "Esta tentativa de reescrever a história — digna de um estalinismo primário — é lamentável e profundamente anti-liberal. Não é, aliás, a primeira vez que tentam apagar a minha existência. Agora sou eu que o peço: apaguem mesmo. Exijo que me deixem em paz. Ignorem que existo, como sempre o fizeram até aqui enquanto estrutura dirigente. Ficar-lhes-ei grato", atira.
"Finalmente, declaro que, até ao dia das próximas eleições — sejam elas quando forem —, manter-me-ei em absoluto silêncio, e não darei a ninguém o direito de usar o meu nome para os seus propósitos. Vou andar por aí, atento, porque há mais vida para além da política partidária", termina.