A febre é um reacção natural do organismo, que alerta para quando algo não está bem com o corpo. Cada pessoa tem uma temperatura basal individual, que sofre uma variação diária.
Esta alteração da temperatura corporal é um processo norma e que pode ser influenciado por diversos factores:
- Ritmo circadiano: ritmo biológico do corpo humano durante, aproximadamente, 24 horas. A temperatura é mais baixa por volta das 4 horas e mais elevada às 18 horas.
- Temperatura ambiente
- Vestuário
- Actividade física
- Alterações emocionais
A Deco Proteste explica que a febre distingue-se desta variação normal e pode-se considerar febre quando é verificada a subida de temperatura de , pelo menos, 1ºC acima da temperatura habitual da pessoa. Geralmente ocorre quando a pessoa tem contacto com um agente infeccioso, seja ele viral ou bacteriano. Pode, também, ser provocada por medicamentos, vacinas, traumatismos, queimaduras, doenças autoimunes ou inflamações.
Saiba como combater as altas temperaturas.
Combater a temperatura elevada sem abusar dos medicamentos
A Deco refere, num artigo, que tanto as crianças como os adultos com febre costumam apresentar um comportamento "apático, irritável e ter menos apetite, assim como, dores de cabeça e/ou no corpo.
A febre deverá sempre ser enquadrada mediante os restantes sinais e sintomas. Assim sendo, as medidas a adoptar deverão ser ponderadas mediante o estado geral da pessoa.
Em caso de febre é importante:
- Beber muitos líquidos;
- Usar roupa leve;
- Repousar num ambiente com temperatura amena (cerca de 20ºC);
- Tomar banho com água morna também ajuda a diminuir a febre
Para temperaturas não muito elevadas (abaixo de 39ºC), estas medidas podem ser suficientes.
Caso a temperatura não baixe, podem ser administrados antipiréticos comuns, como o paracetamol ou o ibuprofeno. No caso das crianças, a toma deve ser feita em doses adequadas para a idade e com o objectivo de lhes proporcionar maior conforto.
Se a causa da febre for desconhecida, deve evitar "o ácido acetilsalicílico (presente na Aspirina e no Aspegic, por exemplo), pois, em casos raros, pode provocar vómitos, confusão ou coma. Não usar em crianças e adolescentes com doenças febris, a não ser por recomendação expressa do médico", explica a Deco.
Os adultos deverão procurar aconselhamento médico se existirem sintomas e sinais de gravidade, tais como:
- Dor de cabeça forte que interfere com actividades diárias;
- Rigidez no pescoço;
- Sensibilidade anormal à luz intensa;
- Garganta muita inchada;
- Manchas na pele de aparecimento recente;
- Confusão mental;
- Vómitos persistentes;
- Dificuldade em respirar;
- Apatia extrema ou irritabilidade;
- Urina mais escura que o habitual.
Caso tenham realizado uma viagem recente ao estrangeiro devem procurar ser avaliados.
"As pessoas com doenças crónicas, como infecção por HIV ou doença oncológica, ou pessoas que estejam sob tratamento com medicamentos que façam diminuir a imunidade (imunossupressores) deverão estar mais atentas à evolução de sintomas e procurar um médico. Além destas situações, os adultos deverão procurar aconselhamento médico se a febre não desaparecer em três a cinco dias", acrescenta a Deco.
Combater a febre em crianças
Em caso de febre acima de 38ºC nas crianças durante um ou dois dias, a Deco diz que a situação pode ser resolvida em casa. Saiba como proceder consoante a gravidade.
Baixo risco
A Deco esclarece que "não se justifica ir ao médico de imediato quando a criança tem febre e um dos seguintes sintomas:"
- Pele, olhos, lábios ou língua com cor normal;
- Interage normalmente com as outras pessoas, sorri e brinca como é habitual;
- Batimento cardíaco e frequência respiratória normais;
- A criança fica acordada ou acorda rapidamente;
- Não chora ou chora normalmente.
O que fazer nestas situações?
A criança pode ser tratada em casa pelos pais, que devem vigiar o seu comportamento e ficar atentos ao aparecimento de outros sinais, nomeadamente, de risco elevado ou intermédio. Devem também dar-lhe bastantes líquidos e, quando necessário, controlar a subida da febre com paracetamol ou ibuprofeno, respeitando as doses e o número de tomas diário.
Risco médio
Justifica levar a criança ao médico para despistar outros problemas ou infecções potencialmente graves caso, além da febre, surja um destes sintomas:
- Apresenta pele pálida;
- Não interage normalmente com os outros nem sorri;
- Acorda só quando é muito estimulada e tem atividade diminuída;
- Tem inchaço ou inflamação nos membros ou articulações, respiração rápida e taquicardia;
- Temperatura igual ou superior a 39ºC em bebés entre três e seis meses;
- Febre durante cinco ou mais dias e pouca urina.
O que fazer nestas situações?
Os pais devem vigiar a criança, já que algumas alterações físicas ou no comportamento podem ser indicadores mais importantes para compreender o seu estado de saúde do que a febre elevada. Pode ser prudente contactar o SNS 24 ou o médico assistente (médico de família, pediatra ou outro).
Risco elevado
A criança deve ser vista por um médico ou ir à urgência hospitalar perante um destes sinais:
- Pele pálida com manchas acinzentadas ou azuladas;
- Prostração e pouca resposta a estímulos, mesmo sem febre;
- Sonolência excessiva. A criança não desperta ou tem dificuldades em manter-se acordada;
- Respiração acelerada, irritabilidade e choro persistente;
- Temperatura igual ou superior a 38ºC em bebés até três meses;
- Rigidez na nuca, erupção cutânea, espasmos musculares e convulsões.