ONG venezuelana diz desconhecer paradeiro do seu director desaparecido há quatro dias
A organização não governamental (ONG) venezuelana Espacio Público afirmou hoje que desconhece o paradeiro do seu diretor executivo, Carlos Correa, e responsabilizou o Governo do país pelo seu desaparecimento desde terça-feira.
A ONG, que defende a liberdade de expressão, o direito à informação e a responsabilidade social, manifestou-se convicta que o "desaparecimento" do ativista faz parte de um "crime de perseguição por motivos políticos".
Numa publicação na rede social X, a Espacio Público referiu que o incidente representa "uma tentativa do Governo venezuelano de silenciar o trabalho da sociedade civil".
Na quarta-feira, a mulher do ativista, Mabel Calderín, deslocou-se ao Palácio da Justiça de Caracas para interpor um recurso com o objetivo de averiguar o paradeiro de Correa, que, segundo a própria, foi "intercetado" à saída de seu gabinete.
De acordo com Mabel Calderín, o seu companheiro tem uma "condição especial de saúde" e necessita de medicação para a hipertensão e problemas respiratórios, além de ter de se submeter regularmente a tratamentos de endocrinologia e dermatologia.
Garantiu ainda que Correa "não cometeu qualquer crime" e que espera que seja libertado "o mais rapidamente possível", alegando que "não há razão para o manter escondido ou desaparecido".
O "desaparecimento" de Correa foi noticiado no mesmo dia da detenção de sete políticos da oposição, incluindo o ex-candidato presidencial Enrique Márquez, e do "rapto" de Rafael Tudares, genro do líder da oposição Edmundo González Urrutia.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou na quarta-feira "profunda preocupação" com a "detenção arbitrária e perseguição" dos opositores e das suas famílias, e a União Europeia (UE) apelou no mesmo dia à libertação imediata de todos os "presos políticos" na Venezuela.