DNOTICIAS.PT
Mundo

Moscovo considera absurda recomendação da UE para voos civis evitarem espaço aéreo russo

None

A Agência Federal de Aviação russa (Rossaviatsia) considerou hoje absurda a recomendação da União Europeia (UE), que alertou para os "elevados riscos" enfrentados pelos aviões que sobrevoam a Rússia, na sequência da recente queda de uma aeronave azeri.

"Esta recomendação 'por razões de segurança' parece particularmente absurda no contexto das sanções em curso" contra o setor da aviação russo, frisou a Rossaviatsia, em comunicado.

"Isto não é mais do que a continuação da política de sanções imposta pelos países ocidentais à indústria da aviação civil russa", acrescentou.

A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA) alertou hoje para os "elevados riscos" enfrentados pelos aviões que sobrevoam a Rússia, devido a deficiências na coordenação com os militares, ilustradas pelo recente acidente de um dispositivo azeri.

Trinta e oito pessoas morreram na queda do avião, a 25 de dezembro, que voava de Baku para Grozny, capital da república russa da Chechénia.

Vladimir Putin admitiu que a ativação da defesa aérea russa no dia do desastre foram causados por um ataque de drones ucranianos, mas o Kremlin recusou-se a admitir a responsabilidade, apesar da insistência de Baku.

Num "boletim de segurança de zonas de conflito", a AESA reiterou a sua recomendação às companhias aéreas para não utilizarem o espaço aéreo russo ocidental, este último já foi proibido por Moscovo às transportadoras sediadas na União Europeia (UE), mas ainda é utilizado pelas companhias aéreas chinesas, turcas e do Golfo, entre outras.

No seu novo boletim, a AESA sublinhou ainda que o conflito criou o risco de "as aeronaves civis serem involuntariamente visadas (...) devido a possíveis deficiências na coordenação entre as autoridades civis e militares" durante a entrada em ação da defesa aérea.

Para a AESA, cujo boletim decorre até pelo menos 31 de julho, a Rússia "não demonstrou ser totalmente capaz" de reduzir os riscos sofridos pela aviação civil, ligados ao conflito no seu espaço aéreo.

A agência observou que "nenhuma companhia aérea europeia serve atualmente a Rússia ou utiliza o seu espaço aéreo", uma vez que Moscovo a fechou em retaliação pelas sanções ocidentais no início da invasão da Ucrânia.

"No entanto, várias companhias aéreas de países terceiros continuam a fazê-lo, apesar dos riscos associados à guerra", recordou a AESA.