Comerciantes portugueses na Venezuela abriram hoje os seus comércios com normalidade
Os comerciantes portugueses de Caracas abriram hoje com normalidade os seus estabelecimentos comerciais, no dia em que Nicolás Maduro toma posse para um novo mandato presidencial, apesar da oposição contestar o resultado oficial das eleições presidenciais.
"Temos uma missão de serviço público. A nossa obrigação é estar abertos, atender as pessoas", explicou um comerciante à agência Lusa.
António Gomes, proprietário de um pequeno supermercado em Caracas explicou que, na Venezuela, "se há alguém que trabalha 365 dias por ano são os portugueses e, por isso, são conhecidos".
"Somos trabalhadores, não temos nada a ver com coisas de política, isso é assunto para os venezuelanos", frisou.
Por outro lado, Manuel Gonçalves, proprietário de um restaurante, explicou à Lusa que "cada ano, na primeira quinzena de janeiro há menos movimento em Caracas, menos comércios abertos porque fazem férias até depois do dia 15".
"Mas nós não. Nós encerramos apenas no dia de Natal e no primeiro dia do ano. Corresponde-nos estar abertos. Há pessoas, poucas pessoas, mas estamos aqui para atendê-las", frisou.
No leste de Caracas, várias padarias e as principais redes de supermercados de portugueses estavam hoje de portas abertas.
No entanto havia pouca circulação de viaturas e de autocarros.
O Presidente, Nicolás Maduro, assume hoje o seu terceiro mandato presidencial, apesar da contestação da oposição venezuelana, que afirma ter ocorrido fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho.
Segundo a oposição, o vencedor das eleições foi o candidato Edmundo González Urrutia. A comunidade internacional exigiu que as autoridades eleitorais venezuelanas apresentassem as atas das assembleias de voto, o que não aconteceu.
Vários países reconheceram Edmundo González como o Presidente eleito da Venezuela, como os Estados Unidos, a Argentina e o Uruguai.
Outras nações não reconheceram a vitória de Maduro e continuaram a exigir a apresentação das atas eleitorais. Entretanto, as autoridades eleitorais da Venezuela -- que seriam controladas pelo Governo, segundo a oposição -- declararam Maduro como o vencedor do sufrágio.