Metsola defende que Maduro deve responder perante a justiça
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, defendeu que o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que vai tomar posse hoje em Caracas, deve responder perante a justiça em vez de assumir um novo mandato.
"Maduro deveria estar a enfrentar a justiça e não a prestar um juramento ilegítimo", escreveu Metsola numa mensagem divulgada através da rede social X.
Questionada na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, a porta-voz para os Negócios Estrangeiros, Annita Hipper, escusou-se a comentar a posição de Metsola.
Na mesma mensagem, a líder do Parlamento Europeu apelou para que a Venezuela seja "devolvida ao povo" e defendeu que a liberdade deve prevalecer.
Em comunicado, o grupo político do Partido Popular Europeu (PPE), que integra os eurodeputados do PSD e do CDS, defendeu, por seu lado, que só o candidato presidencial da oposição venezuelana Edmundo González Urrutia tem legitimidade para ser investido como Presidente e "trocar a ditadura pela democracia".
O PPE condenou ainda qualquer forma de coação contra González Urrutia, que defende ter vencido o escrutínio presidencial na Venezuela, contra a líder opositora María Corina Machado ou contra qualquer membro da oposição política em Caracas.
Maduro assume hoje o seu terceiro mandato presidencial consecutivo para o período 2025-2031, apesar da contestação da oposição venezuelana, que afirma ter ocorrido fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho, cujos resultados a União Europeia também não reconhece.
Após o escrutínio, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição venezuelana afirma que Edmundo González Urrutia (que pediu asilo político a Espanha) obteve cerca de 70% dos votos.
Diversas manifestações de apoiantes de Maduro foram convocadas para hoje em todo o país, com a líder da oposição, María Corina Machado, a apelar igualmente à mobilização do povo venezuelano para contestar nas ruas o regime de Caracas.