China vai enviar representante de alto nível à tomada de posse de Trump
O Presidente chinês, Xi Jinping, vai enviar um representante de alto nível à tomada de posse do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, avançou hoje o jornal britânico Financial Times.
Segundo o jornal, que cita fontes familiarizadas com a situação, Pequim comunicou à equipa de transição de Trump a presença de um dirigente, em vez de Xi, que foi convidado para a tomada de posse.
Entre as opões estão Han Zheng, um vice-presidente que assume frequentemente funções cerimoniais, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.
Alguns dos conselheiros de Trump querem a presença de Cai Qi, membro do Comité Permanente do Politburo, que é visto como o braço direito de Xi, com muito mais poder do que Han ou Wang.
Trump convidou Xi em dezembro, mas os especialistas afirmaram que seria inédito um líder da China, o principal rival geopolítico dos Estados Unidos, assistir à tomada de posse de um presidente norte-americano.
As relações entre os dois países deterioraram-se durante o primeiro mandato de Trump (2017--2021), que lançou uma ampla e persistente guerra comercial e tecnológica contra o país asiático.
Trump afirmou que vai impor uma taxa alfandegária adicional de 10% sobre os produtos chineses, a menos que Pequim faça mais para acabar com o tráfico de fentanil, um narcótico altamente viciante.
Durante a campanha eleitoral, o republicano ameaçou impor taxas superiores a 60% sobre todos os produtos chineses.
Alguns dos cargos mais importantes na nova administração de Trump serão ocupados por fortes críticos da China, incluindo o futuro secretário de Estado, Marco Rubio, sinalizando que a sua política em relação à China poderá ser mais conflituosa do que durante o primeiro mandato.
Na segunda-feira, Trump afirmou que tem falado com Xi através de representantes e que acredita que os dois se irão entender no seu segundo mandato.
No dia seguinte, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China afirmou que Pequim atribui "grande importância" às declarações de Trump e que quer promover um desenvolvimento "estável, saudável e sustentável das questões económicas e comerciais sino-americanas".