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2025 – A luta pela verdade na Era da Informação

Se queremos combater a desinformação, há medidas concretas que podemos tomar

Estamos em 2025, um tempo em que a informação está por todo o lado. Notificações, vídeos virais e manchetes nos telemóveis – vivemos submersos num fluxo constante de conteúdos. Mas esta abundância trouxe consigo um problema grave: a dificuldade em distinguir o verdadeiro do falso. A decisão de Mark Zuckerberg de eliminar a verificação de factos no Facebook reflete como a verdade tem sido colocada em segundo plano.

A desinformação não é um erro inocente. É intencional, criada para enganar e manipular. O termo “fake news” vulgarizou-se a tal ponto que parece aplicar-se a tudo, mas precisamos de ser claros: se é falso, não é notícia. E, se é notícia, não pode ser falso. O conceito correto seria “notícia falsificada”, que carrega consigo uma intenção deliberada de engano.

As redes sociais tornaram-se o palco principal da desinformação, amplificando notícias falsificadas, imagens manipuladas e vídeos descontextualizados. A responsabilidade de verificar a veracidade do conteúdo não deveria recair apenas nos utilizadores, mas muitos partilham conteúdos sem refletir. O jornalista tem a obrigação de assumir a responsabilidade pelo que escreve, mas o cidadão comum, mesmo sem essa exigência, deve adotar práticas mais responsáveis no ambiente digital.

Se queremos combater a desinformação, há medidas concretas que podemos tomar. Antes de partilhar qualquer conteúdo, devemos perguntar: foi publicado por um órgão de comunicação social respeitado? Se estamos doentes, procuramos um médico; se precisamos de informação, devemos recorrer ao jornalismo, o “médico da verdade”. E se surgirem dúvidas, há ferramentas como Google Fact Check, Polígrafo, Público: Prova dos Factos e Observador Fact Check para identificar notícias ou imagens suspeitas.

No caso de imagens e vídeos, é fundamental procurar sinais de manipulação: sombras incompatíveis, objetos com bordas irregulares ou resoluções muito baixas são indicadores comuns. Ferramentas como Google Images ajudam a rastrear a origem de uma fotografia, enquanto plataformas como AI or Not e True Media são úteis para identificar conteúdos gerados por inteligência artificial, incluindo deepfakes. Avaliar a origem e o contexto de cada conteúdo visual antes de o partilhar é importante para diminuir o impacto da desinformação.

Identificar fontes, reconhecer manipulações e os processos jornalísticos são práticas indispensáveis para navegar na era digital. As redes sociais exigem pensamento crítico para interpretar o que consumimos. Em 2025, o desafio da comunicação não é tecnológico, é humano. Precisamos de histórias que conectem, emocionem e valorizem o melhor de nós: as pessoas e as culturas. Comunicar é partilhar, criar laços e confiar no jornalismo para a verdade. Não podemos trocar rigor por rapidez. Comunicar é construir pontes que unam as pessoas e fortaleçam uma sociedade informada. A escolha é nossa, e as histórias que contamos e partilhamos fazem a diferença.