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Pelo menos cinco mortos e oito feridos em confrontos no nordeste da Índia

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Pelo menos cinco pessoas morreram e oito ficaram feridas nos últimos dias em confrontos no estado de Manipur, no nordeste da Índia, afirmaram ontem as autoridades da região, há mais de um ano num conflito entre comunidades étnicas.

O último destes confrontos, que opõe a minoria Kuki aos Meiteis, eclodiu no sábado, depois de supostos insurgentes Kuki terem atacado uma aldeia e matado um civil de 63 anos, revelou hoje em conferência de imprensa o diretor-geral dos serviços secretos da região, K. Kabib.

Segundo Kabib, os atacantes continuaram a avançar para outras aldeias até à chegada da polícia e seguiu-se um tiroteio, após o qual as autoridades "encontraram três cadáveres dos atacantes".

"Os pormenores sobre os atacantes ainda não foram apurados. A polícia estatal está a analisar a situação de segurança e está a ser mobilizada com a ajuda de outras forças", acrescentou o diretor dos serviços secretos.

Na sexta-feira, uma pessoa morreu e seis outras ficaram feridas num ataque com foguete no distrito de Bishnupur, que Kabib atribuiu a membros da minoria Kuki. Kabib indicou também que as forças de segurança foram atacadas no sábado à noite por assaltantes não identificados, tendo dois agentes ficado feridos.

Para fazer face a este recrudescimento da violência, Kabib afirmou que as autoridades instalaram um sistema anti-drone e um helicóptero do exército na zona onde ocorreram os ataques.

"Além disso, ativámos a nossa célula de monitorização das redes sociais para verificar os instigadores. Descobrimos que há alguns instigadores que manipulam as emoções do público e contribuem para a ilegalidade", acrescentou Kabib.

De acordo com meios de comunicação social indianos, a violência levou o Departamento de Educação de Manipur a ordenar no sábado o encerramento das escolas.

O conflito étnico, no qual morreram mais de 200 pessoas, teve início em maio de 2023, quando uma marcha de jovens da minoria Kuki protestou contra o pedido de um tribunal para classificar os Meitei como "tribais", um estatuto que lhes permitiria ocupar territórios nas colinas e ter acesso a cargos governamentais.

A decisão do tribunal foi vista pelos Kukis como uma forma de lhes retirar os seus privilégios e de fazer prevalecer a maioria étnica hindu.

Os Kukis, que integram vários grupos tribais e são geralmente cristãos, são uma minoria na região, embora dominem os territórios de colina, enquanto a maioria Metei, geralmente hindu, ocupa as áreas planas do território.