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Madeira

MPT acusa Cristina Pedra de ignorar o interesse dos munícipes

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O deputado municipal do Partido da Terra – MPT, Valter Freitas Rodrigues, acusa este sábado, 7 de Setembro, a presidente da Câmara Municipal do Funchal, Cristina Pedra, de "ignorar os interesses dos cidadãos de São Roque, São Pedro e de outras áreas do Funchal". 

Em causa, explica o representante do Partido da Terra na Madeira, está "uma série de decisões da autarquia que colocam em causa o seu compromisso em defender os cidadãos".

Em nota emitida, Valter Rodrigues denuncia uma situação específica ocorrida na última madrugada que, segundo o próprio, demonstra a "falta de fiscalização adequada". 

Confira o texto na íntegra:

"Na madrugada de 7 de setembro de 2024, muitos moradores do Funchal foram obrigados a lidar com a perturbação provocada pela festa ao vivo na Quinta da Universidade da Madeira, que se prolongou até às 12 horas. A música alta e o ruído constante privaram de descanso inúmeros trabalhadores e famílias. No entanto, o que mais preocupa é o facto de a Câmara Municipal do Funchal não aplicar uma taxa de ruído para eventos deste género, uma medida que seria crucial para proteger os funchalenses e responsabilizar os organizadores.

Depois de vários moradores, exasperados com a situação, terem contactado a Polícia de Segurança Pública (PSP) para denunciar o ruído excessivo, a resposta foi clara: o agente disse que não podiam fazer nada e que a culpa não era deles, mas da Câmara Municipal, que concedeu a licença para o evento sem qualquer tipo de restrição eficaz em relação ao barulho. Esta resposta, embora surpreendente, ilustra um problema ainda maior — a autarquia é diretamente responsável pela perturbação causada à população, ao emitir licenças sem considerar o impacto no descanso e no bem-estar dos residentes.

Infelizmente, este não é um caso isolado. A atuação da autarquia tem sido marcada por decisões que frequentemente desconsideram os interesses da população, e uma das figuras centrais nesta problemática é Cristina Pedra. A sua ligação a este tipo de decisões, que afectam de forma desproporcionada comunidades como São Roque e São Pedro, levanta sérias questões sobre o compromisso da administração municipal em relação ao bem-estar dos seus cidadãos. Estas freguesias, em particular, têm sido alvo constante de políticas que favorecem interesses privados em detrimento do descanso e da qualidade de vida da maioria.

Cristina Pedra, envolvida em várias decisões que parecem priorizar os interesses de grupos específicos e a realização de eventos ruidosos, tem estado à frente de uma gestão que, cada vez mais, desconsidera os direitos fundamentais dos residentes. É especialmente alarmante a forma como os moradores de São Roque e São Pedro – zonas residenciais que já enfrentam desafios ao nível da infraestrutura e qualidade de vida – são continuamente prejudicados por esta negligência. A permissão para que festas e eventos se prolonguem sem a devida regulamentação e sem a aplicação de uma taxa de ruído representa mais um ataque directo a estas comunidades, que já sofrem com a falta de políticas de protecção e desenvolvimento.

O Funchal tem assistido a uma série de decisões da autarquia que colocam em causa o seu compromisso em defender os cidadãos. Desde a falta de fiscalização adequada até à ausência de medidas fiscais, como a taxa de ruído, a Câmara Municipal, sob a liderança de figuras como Cristina Pedra, parece cada vez mais afastada das necessidades reais da população. A prioridade parece ser manter boas relações com promotores de eventos e outros interesses privados, enquanto a saúde, o descanso e o bem-estar dos funchalenses ficam relegados para segundo plano.

Chegou o momento de questionar: até quando Cristina Pedra e esta administração continuarão a ignorar os interesses dos cidadãos de São Roque, São Pedro e de outras áreas do Funchal? O silêncio da autarquia, quando deveria agir, é ensurdecedor. A implementação de uma taxa de ruído e a garantia de que os eventos respeitam limites aceitáveis seria um passo simples, mas importante, para mostrar que a gestão municipal está comprometida com a qualidade de vida de todos os cidadãos, e não apenas com os interesses de uma minoria.

Infelizmente, a realidade parece ser outra, e os funchalenses – especialmente os de São Roque e São Pedro – continuam a ser esquecidos".