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Explicador Madeira

Alimentação saudável e prática de actividade física cruciais para um intestino saudável

Fique a saber como manter uma boa saúde digestiva

Os intestinos são popularmente conhecidos como o segundo cérebro do ser humano, dada a sua importância e influência sobre a saúde e o bem-estar geral do indivíduo. 

Na rubrica 'Explicador' de hoje fique a saber como manter uma boa saúde digestiva. 

Ao DIÁRIO, a médica especialista em Gastrenterologia Isabel Jardim explica que para manter os intestinos saudáveis é essencial adoptar um estilo de vida equilibrado e sustentável, tendo em conta diversos factores.

"Para sermos saudáveis do ponto de vista digestivo tem de haver um equilíbrio entre múltiplos factores", começa por referir a médica do Serviço Regional de Saúde, apontando que além da alimentação e da prática de actividade física, há elementos com "grande influência no bom funcionamento do aparelho digestivo no seu todo", não controláveis, tais como "factores orgânicos (metabolismo, hormonas) e ambientais (stress, desafios emocionais)". 

Assim, a especialista defende que a população deve focar a sua acção nos factores controláveis, mantendo uma alimentação saudável e uma vida activa. 

"Compete-nos adoptar estilos de vida saudáveis e não dietas e/ou comportamentos fugazes de dias ou meses com um determinado propósito não sustentável", atenta, referindo que uma alimentação saudável "privilegia as fibras (fruta e verduras), as proteínas, controlando as de origem animal (carne e peixe) complementadas com as de origem vegetal (leguminosas), evitando o processamento alimentar, nomeadamente o refinamento das farinhas e gorduras saturadas".

Simultaneamente, é crucial "beber água e mastigar bem os alimentos, de preferência em ambiente tranquilo, e evitar hábitos adictivos, tais como o álcool, o cigarro e alimentos em excesso".

"Contrariar estados de ansiedade e stress, com ferramentas como a prática de actividades (desporto, jardinagem, arte/cultura, viagens e tantas outras) que tragam bem-estar é fundamental para evitar e/ou minimizar queixas digestivas que comprometem a qualidade de vida no nosso dia-a-dia", conclui Isabel Jardim. 

A médica gastrenterologista Goreti Serrão alerta para a importância de "prevenir doenças adquiridas por hábitos incorrectos". A especialista indica que as queixas mais frequentes na consulta de Gastrenterologia do SESARAM são o refluxo gastroesofágico, a disfagia, a odinofagia, a diarreia crónica, a obstipação, a distensão e a dor abdominal.

Goreti Serrão atenta que os sintomas "podem ser uma manifestação de diferentes doenças, quer sejam funcionais ou orgânicas", dando o exemplo do Síndrome do intestino irritável (SIl), da Doença de Crohn (DC) e a Colite Ulcerosa (CU). 

A médica do Serviço Regional de Saúde revela que a esteatohepatite mais conhecida por "fígado gordo não alcoólico", motivada pelo acumulo de gordura nas células do fígado, "tem vindo a aumentar nas ultimas décadas". A patologia, explica, "é considerada uma pandemia por estar associada à síndrome metabólica (presença de obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial, intolerância à glicose/ resistência à insulina), sendo que pode evoluir para doença hepática crónica (cirrose); constituindo um factor de risco para o cancro primário do fígado". 

Por outro lado, a especialista indica que a população deve estar atenta a determinadas patologias de origem maligna, cujos sinais só aparecem numa fase avançada da doença, é o caso: "do cancro do esófago (causa disfagia), do cancro gástrico (vómitos com sangue), do cancro do recto (perda de sangue pelo ânus), da icterícia (cor amarela na pele e mucosas), do cancro do fígado, do cancro das vias biliares ou do pâncreas".