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Fact Check Madeira

A Madeira já dispõe de câmaras térmicas para vigilância florestal?

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Foto shutterstock

O Município de Santa Cruz anunciou ontem, após a habitual reunião de câmara, que vai adquirir e instalar câmaras térmicas para detecção de incêndios florestais.

Uma medida que, conforme explicou aquele executivo camarário, está inserida no documento que concretiza um estudo sobre o risco de incêndios rurais, recentemente concluído, possibilitando uma leitura das zonas onde existe maior susceptibilidade de ocorrer incêndios rurais.

Segundo o autarca Filipe Sousa, em nota à imprensa, trata-se de um documento que vai permitir “planear, antecipar e prevenir como nunca foi feito até aqui”, destacando, entre outras, a instalação de câmaras térmicas de vigilância florestal para detecção de incêndios, uma iniciativa pioneira na Região, que permitirá identificar incêndios na sua fase inicial.

Mas será que o uso de câmaras térmicas para identificar incêndios florestais é uma novidade na Região? Vejamos o que tem sido dito sobre esta matéria.

Em 2018, por exemplo, em declarações à RTP/Madeira, era dito que o Laboratório Regional de Engenharia Civil ia instalar 5 sistemas de videovigilância com o objectivo de prevenir incêndios. O equipamento daria alerta para eventuais pontos de fogo e a localização certa do incêndio. O projecto que iria custar 700 mil euros estava integrado no sistema de alerta de aluviões, que estava a ser desenvolvido na Madeira.

Mais tarde, em 2019, ao jornal Público, o mesmo responsável fazia a diferenciação entre os equipamentos instalados na Região Autónoma da Madeira e o Ciclope, usado no território continental, cuja análise de dados dependia sempre da análise de uma pessoa, ao contrário deste sistema regional que era automatizado.

Em Maio de 2022, Pimenta de França, numa conferência do IDR, voltava a falar do sistema de mitigação de riscos naturais, com destaque para o alerta de riscos de aluviões. Um sistema, recomendado pelo estudo encomendado depois do 20 de Fevereiro de 2010, que incluía, também, alertas para incêndios florestais, e, conforme anunciado, já estava “noutros pontos do País e da Europa”.

A Madeira vai pôr robôs a detectar incêndios na floresta

O sistema de detecção de incêndios florestais madeirense assenta numa rede de robôs que localizam fogos na floresta e projectam a evolução das chamas.

Também a anterior Secretaria Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, tutelada por Susana Prada, procedeu, em 2019, à entrega de equipamentos semelhantes ao Corpo de Polícia Florestal. Conforme demos nota, na edição digital e impressa, “foram entregues drones, motos 4, óculos de visão nocturna e câmaras termográficas que vêm dotar o Corpo de Polícia Florestal de mais e melhores meios de vigilância aos fogos florestais, para que possam desempenhar de forma mais eficaz as suas funções”.

Susana Prada entregou novo equipamento ao Corpo de Polícia Florestal

A Secretária Regional do Ambiente e Recursos Naturais, Susana Prada, entregou ontem, ao Corpo de Polícia Florestal, novo equipamento, nomeadamente, drones, motos 4, óculos de visão nocturna e Câmaras termográficas que vêm dotar o Corpo de Polícia Florestal de mais e melhores meios de vigilância aos fogos florestais, para que possam desempenhar de forma mais eficaz as suas funções.

Hoje, quando questionada sobre a utilização destes equipamentos, nomeadamente as câmaras termográficas, a secretaria agora tutelada por Rafaela Fernandes explicou, via assessoria de imprensa, que as câmaras térmicas do Corpo de Polícia Florestal (CPF) “são móveis e andam sempre com as brigadas móveis para em vários locais poder varrer o terreno principalmente a noite. Na mesma altura foram adquiridos drones e o CPF foi pioneiro a nível nacional na vigilância efectuada por drone.

O Corpo de Polícia Florestal recebeu, das mãos de Susana Prada, antiga secretária regional, vários equipamentos, entre os quais câmaras termográficas, e também o LREC tem trabalho nesta área.