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A Guerra Mundo

Zelensky pede aos aliados mais armas para expulsar as forças russas do seu país

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Foto EPA/RONALD WITTEK

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu hoje "mais armas" aos países aliados, que estão reunidos na Alemanha, para expulsar as forças russas do território ucraniano e em particular na região de Donetsk.

"Precisamos de mais armas para repelir as forças russas do nosso país, especialmente na região de Donetsk", no leste da Ucrânia, disse o líder ucraniano durante uma reunião com os representantes dos países que apoiam a Ucrânia, na base aérea norte-americana de Ramstein, no oeste da Alemanha.

"O mundo tem sistemas de defesa aérea suficientes para garantir que o terror russo não tenha resultados e peço-vos que sejam mais ativos nesse trabalho connosco em matéria de defesa aérea", afirmou Zelensky.

Zelensky reiterou ainda o seu pedido para poder utilizar armas de longo alcance fornecidas pelos seus parceiros "não só no território ocupado da Ucrânia, mas também em território russo".

O Presidente ucraniano acrescentou que "é crucial que todas as armas dos pacotes de apoio já anunciados cheguem finalmente às brigadas de combate" e insistiu na necessidade de "decisões sobre [as armas] de longo alcance".

Os seus aliados, incluindo os seus dois principais apoiantes, os Estados Unidos e a Alemanha, deram a sua aprovação para atacar alvos em solo russo, sob certas condições, com algumas das suas armas, mas estão relutantes em generalizá-lo por medo de uma escalada com Moscovo, que está a ameaçar regularmente com o seu potencial nuclear.

Na mesma reunião, o secretário de Estado da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, anunciou uma nova ajuda militar de 250 milhões de dólares à Ucrânia.

"O Presidente [norte-americano, Joe] Biden vai assinar um novo pacote de assistência de segurança de 250 milhões de dólares para a Ucrânia. Isso aumentará as capacidades para satisfazer as necessidades crescentes da Ucrânia", disse Austin durante a reunião na base aérea dos EUA.

Embora reafirmem regularmente o seu apoio inabalável à Ucrânia, muitos Governos enfrentam uma opinião pública dividida à medida que a guerra se arrasta.

É o caso da Alemanha, onde a extrema-direita, há muito criticada pelas suas ligações ao Kremlin, alcançou no domingo um resultado histórico ao vencer as eleições regionais na Turíngia, no leste do país.

No seu projeto de orçamento para 2025, a Alemanha já planeou uma redução significativa da ajuda à Ucrânia, de cerca de oito para cerca de quatro mil milhões de euros.

O Presidente ucraniano vai reunir-se com o chanceler alemão, Olaf Scholz, após essa reunião na base aérea norte-americana.

A Ucrânia está ainda mais preocupada porque novos pacotes de ajuda dos Estados Unidos podem estar em risco, devido a um possível regresso de Donald Trump ao comando do país, e a França, que com Berlim constitui a dupla líder da União Europeia, está há semanas enredada numa crise política interna.

O encontro na base aérea dos EUA na Alemanha ocorre depois dos bombardeamentos mortíferos do exército russo na Ucrânia, em particular o de um instituto militar em Poltava, no centro, que causaram pelo menos 55 mortos.

Depois da Alemanha, Zelensky vai à Itália para se encontrar com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e participar num fórum económico internacional.