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Greenpeace denuncia mineração ilegal em áreas de conservação na Amazónia brasileira

Foto Shutterstock
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A organização ambientalista Greenpeace Brasil denunciou na quinta-feira que a mineração ilegal está a devastar áreas de conservação na Amazónia brasileira onde só é permitida uma economia sustentável.

A ONG identificou que as atividades de mineração ilegal em 15 unidades de conservação localizadas nos estados amazónicos do Amapá, Amazonas e Pará devastaram 13.484 hectares.

Os dados correspondem a um estudo realizado pela organização entre janeiro de 2023 e julho de 2024, através da análise de imagens de satélite de Unidades de Conservação da Amazónia (ACAs).

O estudo não incluiu as Áreas de Preservação Permanente, onde não é permitida nenhuma atividade económica nestes santuários ecológicos.

De acordo com o estudo, a Floresta Nacional de Amanã, localizada na divisa entre os estados do Amazonas e do Pará, é a unidade de conservação mais afetada entre as 15 onde foram identificados os estragos da atividade ilegal, com um total de 6.812 hectares destruídos.

Além da vegetação devastada, a Greenpeace destaca que o rio do mesmo nome e que atravessa essa Unidade de Conservação registou 56 dos seus 156 quilómetros afetados pela extração ilegal de madeira.

"O enfraquecimento da fiscalização e a flexibilização das leis ambientais, ocorridos durante o governo de (Jair) Bolsonaro (2019-2022), bem como o aumento do preço do ouro no mercado externo, fizeram com que os números relacionados a essa atividade crescessem exponencialmente, agravando um cenário que já era muito complexo no bioma", explica o porta-voz da Frente dos Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, Jorge Eduardo Dantas.

De acordo com o especialista, o estudo revelou que, nos últimos anos, a atividade mineradora deslocou-se do leste para o sudoeste da Amazónia brasileira, saindo do Pará e entrando no Amazonas.

A ONG afirma que os impactos dessa migração já são visíveis nos rios Tapajós, Jamanxim, Anamã e Parauari.

A organização ressalta que a atividade observada nas Unidades de Conservação da Amazónia (UCA) somam-se à devastação também registada pela mineração ilegal em algumas Terras Indígenas do bioma, áreas onde qualquer tipo de atividade mineradora é proibida por lei.

As mais afetadas são as terras indígenas Kayapó, Munduruku e Yanomami, que perderam 417 hectares entre janeiro e junho de 2024.