Incêndios e o resto

“MANTER AS FLORESTAS É A FORMA MAIS EFICIENTE DE REDUZIR EMISSÕES DE CARBONO” foi uma das conclusões do painel de especialistas em alterações climáticas realizado na Coreia do Sul.

Temperaturas cada vez mais elevadas, vagas de calor, incêndios florestais calamitosos, secas prolongadas alternando com chuvas diluvianas repentinas provocando destruição e morte, mostram que as alterações climáticas resultantes do aquecimento global fazem parte do nosso dia a dia e que há uma emergência ambiental que obriga a tomar medidas drásticas para atenuar o melhor possível os seus efeitos catastróficos.

Metade da chuva e mais 5 graus na temperatura média até final do século, são projeções do impacto das alterações climáticas na RAM segundo estudos da ONU.

Criar um sistema para otimizar a captação e o armazenamento da água das chuvas com uma rede alargada de reservatórios, servindo não só para consumo nomeadamente na agricultura mas também para facilitar um combate de proximidade cada vez mais imediato e eficaz aos incêndios florestais e à preservação da nossa floresta, deverão ser o grande desafio e o objetivo político primordial tanto para o governo como para a oposição.

O investimento necessário será enorme em infraestruturas, meios materiais e humanos, para promover a prevenção, uma vigilância cada vez mais ativa e eficaz com postos de observação e meios técnicos que permitam detetar e combater rapidamente logo no início qualquer fogo e para continuar a abrir faixas de corta fogo não apenas para salvaguardar as populações e os seus bens mas também a floresta da qual todos dependemos.

A rapidez com que se conseguir responder com eficácia ao desafio de manter e melhorar a nossa floresta como a forma mais eficaz de minimizar os efeitos nefastos das alterações climáticas, repercutir-se-á melhor ou pior no futuro dos madeirenses e dos porto-santenses, nomeadamente no turismo a nossa principal indústria e a que mais contribui para o equilíbrio da nossa balança de pagamentos.

Torna-se cada vez mais urgente a implementação de um verdadeiro pacto de regime englobando governo, oposição e os especialistas na matéria, de modo a concertarem-se estratégias eficazes para pôr em prática o mais rapidamente possível as medidas imprescindíveis para nos defendermos dos efeitos nefastos das tragédias há muito anunciadas resultantes das alterações climáticas, que mais cedo do que tarde nos atingirão com toda a sua brutalidade.

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