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Sociedade civil timorense pede a Francisco que incentive a prevenir abuso sexual e violência doméstica

O papa Francisco chega a Díli na segunda-feira, num país de maioria católica.   Foto EPA/ANTONIO DASIPARU
O papa Francisco chega a Díli na segunda-feira, num país de maioria católica.   Foto EPA/ANTONIO DASIPARU

O Fórum das ONG de Timor-Leste (Fongtil), que representa mais de 400 organizações não-governamentais, pede, em carta aberta ao Papa Francisco, que incentive os timorenses a prevenir o abuso sexual e a violência doméstica.

"Apreciamos as recentes ações da Igreja para lidar com o abuso de mulheres e crianças, mesmo quando cometidos por membros do clero, e pedimos a sua santidade que incentive os líderes e o povo de Timor-Leste a tomar medidas mais eficazes para prevenir o abuso sexual e a violência doméstica", pode ler-se na carta distribuída à imprensa, depois de ter sido entregue na representação do Vaticano, em Díli.

Segundo o Comité para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, da ONU, em Timor-Leste metade das mulheres entre 15 e 49 anos já sofreu violência.

Na carta, a Fongtil salienta os progressos registados por Timor-Leste, desde a restauração da independência, nomeadamente a realização de eleições livres e democráticas, mas adverte para a dependência dos recursos provenientes do gás e do petróleo, que são "limitados", e para os desafios que persistem.

"Timor-Leste continua a enfrentar muitos desafios, incluindo problemas estruturais, educação universal de qualidade, água potável, habitação para o povo, nutrição, soberania alimentar, estradas rurais e saúde pública", sublinha.

As organizações não-governamentais timorenses pedem também ao Papa, que inicia segunda-feira uma visita de três dias ao país, para que fale em "nome dos pobres e marginalizados" e manifestam o apoio a Francisco na luta contra as alterações climáticas.

Em relação aos apelos do Papa Francisco para o "diálogo" e fim dos conflitos no mundo, a Fongtil lembra o povo do Saara Ocidental e da Papua Ocidental, que "continuam a procurar justiça e direitos humanos".

"A presença de Sua Santidade pode ajudar a trazer a atenção da comunidade internacional para os povos que estão ocupados ou dominados por outros", conclui o Fórum das ONG de Timor-Leste.

O Papa Francisco chega na próxima segunda-feira a Díli no âmbito de um périplo que teve início terça-feira na Indonésia, onde vai permanecer até sábado, seguindo depois para a Papua Nova Guiné.

Da Papua Nova Guiné, o Papa viaja para Díli, onde vai permanecer até quarta-feira, seguindo depois para Singapura, onde termina a viagem pela região.

Do programa do Papa em Díli, além de uma missa em Tasi Tolu, na terça-feira, constam um encontro com jovens, sociedade civil, autoridades, corpo diplomático, elementos da igreja e uma visita à escola das "Irmãs Alma".