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Rússia denuncia "campanha de informação" pré-eleitoral nos Estados Unidos

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A Rússia disse hoje que as sanções norte-americanas contra dois executivos do canal de televisão RT (Russia Today) fazem parte de uma "campanha de informação" pré-eleitoral orquestrada pelos Estados Unidos.

"Trata-se, evidentemente, de uma operação, de uma campanha de informação (...) que está a ser preparada há muito tempo e que é necessária no período que antecede a última fase do ciclo eleitoral", declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, em entrevista à agência de notícias Ria Novosti.

A diplomata russa afirmou que Moscovo "está obviamente" a preparar uma resposta a estas novas sanções, dois meses antes das eleições presidenciais norte-americanas.

A justiça norte-americana acusou dois gestores do canal televisivo russo RT e apreendeu 32 domínios na Internet com ligação ao Governo da Rússia, por tentativa de influenciar as eleições presidenciais de novembro, anunciou na quarta-feira o executivo de Washington.

As medidas, segundo foi anunciado, representam um esforço do Governo de Washington para travar uma ameaça persistente da Rússia que as autoridades norte-americanas há muito alertam que tem o potencial de semear a discórdia e criar confusão entre os eleitores.

Washington disse que a Rússia continua a ser a principal ameaça às eleições.

O processo criminal acusa dois elementos da RT, uma entidade de comunicação social financiada pelo Estado russo suspeita de financiar secretamente uma empresa de criação de conteúdos sediada no Tennessee para publicar quase dois mil vídeos de propaganda russa.

Além deste processo, "o Departamento de Justiça apreendeu 32 nomes de domínio da Internet usados pelo Governo russo e por intervenientes patrocinados pelo Estado russo para se envolverem numa campanha clandestina para interferir nas eleições e influenciar os resultados", afirmou o secretário da tutela, Merrick Garland, em conferência de imprensa.

Garland indicou que as ações estão relacionadas com o uso dos meios de comunicação estatais pela Rússia para, de forma oculta, recrutar influenciadores norte-americanos para espalhar propaganda e desinformação.

"O anúncio de hoje [quarta-feira] destaca até que ponto alguns governos estrangeiros estão a minar as instituições democráticas americanas", segundo o Departamento de Estado.

"Mas estes governos estrangeiros também devem saber que não toleraremos que intervenientes estrangeiros malignos interfiram intencionalmente e prejudiquem eleições livres e justas", acrescentou.

Por seu lado, o Departamento do Tesouro sancionou na quarta-feira duas entidades russas e dez pessoas, várias delas funcionárias do canal RT, incluindo a editora-chefe, Margarita Simonian, acusadas de realizar campanhas de desinformação, por tentarem influenciar as presidenciais previstas para 05 de novembro de 2024.

A Casa Branca acusou entretanto o Presidente russo, Vladimir Putin, de estar ao corrente da tentativa de interferência de Moscovo nas eleições presidenciais norte-americanas.

"Ele estava ciente das atividades da RT", disse John Kirby, porta-voz de Conselho de Segurança Nacional da presidência.